Apnéia - Normalmente um bebê muito pequeno respira irregularmente. Por exemplo, pode fazer várias respirações curtas, parar de respirar durante alguns segundos e, em seguida, começar a respirar outra vez em cadência regular. Se uma pausa na respiração durar mais de 15 a 20 segundos, será denominada apnéia. Um episódio de apnéia é habitualmente tratado com uma fricção ligeira ou com batidas leves no braço ou na perna, para "lembrar" ao bebê que ele tem que respirar. Se o bebê tiver vários episódios, pode ser que o médico recomende a administração de uma quantidade extra de oxigênio ou um medicamento que promova a respiração regular.
Escapes de ar - Poderá ocorrer um "escape de ar" nos pulmões do bebê. Isso acontece quando um ou vários alvéolos se rompem e deixam que o ar escape para as áreas circundantes do tecido pulmonar. O escape de ar ocorre essencialmente em bebês cujos pulmões ainda não se encontram completamente desenvolvidos.
Displasia broncopulmonar ou doença pulmonar crônica - Os bebês que sofrem de complicações pulmonares, como a síndrome do desconforto respiratório (SDR), ou os bebês que são muito pequenos e necessitam de oxigênio e de um respirador, podem estar sujeitos a contrair displasia broncopulmonar (DBP). Como resultado, chega pouco oxigênio aos tecidos. O tratamento geralmente inclui suporte respiratório constante e uma boa nutrição com aporte complementar de calorias para o crescimento, evitando o excesso de líquidos no sistema do bebê e medicação. Com o tempo e com os cuidados constantes, os bebês com displasia broncopulmonar superam normalmente os seus problemas pulmonares.
Síndrome do desconforto respiratório (SDR) - A SDR é também conhecida como doença da membrana hialina. Essa condição é muito comum entre os bebês prematuros, cujos pulmões ainda não estão completamente desenvolvidos. Os pulmões imaturos não produzem todo o surfactante que o pulmão precisa para funcionar adequadamente. Esta substância lubrifica e reveste os pequenos sacos de ar nos pulmões permitindo que estes se abram e se fechem. Se este funcionamento não ocorrer naturalmente, os pulmões não podem absorver o ar nem fornecer o oxigênio necessário à corrente sanguínea. Muitos bebês prematuros são tratados com a aplicação, diretamente nos pulmões, de uma substância surfactante, logo após o nascimento. Esse medicamento complementa o próprio surfactante do bebê, ajudando a aliviar os sintomas de SDR.
A síndrome do desconforto respiratório (SDR), ou doença da membrana hialina, é um distúrbio respiratório que afeta particularmente os recém nascidos prematuros. É resultado da imaturidade pulmonar por deficiência e inativação do surfactante pulmonar, uma substância produzida nos espaços alveolares e que tem a capacidade de impedir o fechamento dos alvéolos durante a expiração fazendo com que as suas paredes não se juntem.
A SDR ocorre em todos os lugares do mundo e é duas vezes mais freqüente em recém nascidos do sexo masculino em relação ao sexo feminino. Pode ocorrer particularmente no recém nascido prematuro, sendo sua incidência e gravidade inversamente proporcional à idade gestacional.
Os pulmões do recém-nascido geralmente não são simplesmente versões menores dos pulmões dos adultos. Especialmente quando consideramos o recém nascido prematuro, os problemas respiratórios acontecem num cenário de desenvolvimento incompleto do funcionamento do aparelho respiratório.
O desenvolvimento dos alvéolos começa na semana 37 e continua após o nascimento, acompanhando o crescimento da criança. Por isso mesmo, quando a criança nasce antes das 37 semanas de gestação o quadro pode se mostrar mais delicado.
Sintomas geralmente exibidos pelos recém-nascidos com SDR:
- Taquipnéia (aumento da freqüência respiratória)
- Batimento das asas do nariz
- Cianose (arroxeamento) de extremidades
- Tiragens intercostais (retração dos músculos situados entre as costelas durante a inspiração)
- Gemido expiratório
- Edema (inchaço)
- Na ausculta pulmonar, nota-se diminuição dos ruídos pulmonares
Fatores que podem aumentar o risco da ocorrência da SDR:
- Prematuridade
- Recém-nascido do sexo masculino
- Raça branca
- Parto através de cirurgia cesariana
- Diabetes gestacional*
- Segundo gemelar**
- História familiar de SDR
*Diabetes gestacional é um tipo de diabetes que pode se manifestar na gravidez e pode acarretar uma série de problemas para o feto.
**Numa gravidez gemelar, chamamos de segundo gemelar a criança que nasce em segundo lugar.
Infecção por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - O VSR é um agente sazonal que surge normalmente entre o outono e a primavera. A infecção originada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de doenças do trato respiratório inferior em bebês prematuros até 01 ano de idade. Pode causar apnéia, bronquiolite e pneumonia. Os bebês prematuros são particularmente suscetíveis à infecção grave causada pelo VSR em virtude de seus pulmões estarem fracos, seu sistema imunológico pouco desenvolvido e de haver ausência de anticorpos maternos contra o VSR, que são normalmente transferidos da mãe para o bebê através da placenta nos últimos meses de gravidez.
É altamente contagioso e pode ser uma doença potencialmente grave para os bebês prematuros. É possível prevenir o desenvolvimento de infecções originadas pelo VSR. Pergunte ao seu médico sobre o melhor método para isso.
O VSR é um vírus respiratório muito comum que pode infectar bebês, crianças e até mesmo adultos. As infecções originadas pelo VSR tendem a se registrar em determinadas épocas do ano (do outono à primavera e durante a época de chuvas nas zonas com clima tropical). A infecção propaga-se através dos espirros e da tosse (e por meio do contato de crianças com superfícies infectadas, colocando em seguida os dedinhos na boca, nariz ou olhos).
Os sintomas associados ao VSR surgem normalmente sob a forma de um resfriado: febre baixa, nariz escorrendo e infecções dos ouvidos. Após três/cinco dias, os sintomas podem piorar a medida que o vírus se propaga para o trato respiratório inferior, e incluem: tosse, dificuldade para respirar, respiração rápida e chiados.
Alguns bebês apresentam risco elevado de contrair doenças graves originadas pelo VSR. Os bebês prematuros e os bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia congênita são mais suscetíveis a contrair infecções do trato respiratório inferior. Para alguns bebês, o VSR pode ser fatal. É por essa razão que é tão importante proteger o bebê contra o VSR.
Os bebês prematuros nascem sem que seu sistema imunológico esteja completamente desenvolvido e também não recebem anticorpos contra o VSR em quantidades adequadas através da placenta. Além disso, possuem normalmente pulmões pouco desenvolvidos, que são mais suscetíveis a contrair infecções. Estas são as razões que tornam estes bebês mais vulneráveis ao VSR.
Existem dois tipos de medicação para o VSR:
- Medicação para tratar os sintomas depois que o bebê já apresenta uma infecção;
- Medicação para prevenir que o bebê seja contaminado com a doença
Depois que o bebê desenvolve uma doença originada pelo VSR, ele só pode receber medidas de suporte enquanto a doença segue seu curso. O tratamento de infecções graves originadas pelo VSR pode incluir hospitalização, suplemento de oxigênio, broncodilatador, ventilação mecânica, líquidos intravenosos e, eventualmente, uma medicação antiviral conhecida como ribavirina. O tratamento é um processo que pode durar semanas.
A melhor proteção para o bebê é a prevenção destas infecções. Não existe ainda uma vacina que proteja os bebês do VSR. No entanto, existe um novo medicamento, chamado palivizumabe, que proporciona proteção com anticorpos semelhantes àqueles que os bebês de gestação completa recebem das mães.
O palivizumabe pode prevenir as infecções graves originadas pelo VSR, assim como seus efeitos: dificuldade respiratória e hospitalização.
A administração mensal de uma injeção intramuscular de palivizumabe durante a época do VSR reduz à metade o risco de hospitalização causada pelo VSR. Pergunte ao pediatra se o seu bebê deve receber este medicamento.
É importante seguir algumas dicas de proteção:
- Vestir o bebê para protegê-lo do frio e das condições climáticas
- Brinquedos, roupa de cama e a própria cama do bebê devem protegidos do frio
- Consultar o pediatra e seguir o calendário de vacinação
- Redobrar a atenção em relação à higiene do bebê e das pessoas que lidam com ele
- Pessoas que tenham sintomas claros de resfriado devem manter distância, por segurança, do bebê
- É recomendável que o bebê seja mantido afastado de ambientes com fumaça de tabaco ou de qualquer outro tipo
- Adquirir informações sobre as possibilidades de prevenção.
Site: http://www.prematuro.com.br
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