* * * *- MEU PREMATURO - * * * * O CUIDADO MAIS IMPORTANTE QUE SE DEVE TER COM UM PREMATURO É O AMOR!!! * * * *- MEU PREMATURO - * * * * O CUIDADO MAIS IMPORTANTE QUE SE DEVE TER COM UM PREMATURO É O AMOR!!!* * * *- MEU PREMATURO - * * * * O CUIDADO MAIS IMPORTANTE QUE SE DEVE TER COM UM PREMATURO É O AMOR!!!* * * *- MEU PREMATURO - * * * * O CUIDADO MAIS IMPORTANTE QUE SE DEVE TER COM UM PREMATURO É O AMOR!!!* * * *- MEU PREMATURO - * * * *

sábado, 22 de novembro de 2008

Seu bebê é muito especial


Começa agora para vocês um processo novo e desconhecido. O seu bebê precisa de cuidados especiais e, por isso, foi colocado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal.

É natural que momentos como esse provoquem ansiedade, medo e insegurança. Assim, procuramos reunir neste folheto informações básicas sobre o atendimento que o seu filho está recebendo. Nele, vocês também encontrarão explicações úteis sobre os recursos materiais e humanos que vão permitir uma observação rigorosa e uma assistência altamente especializada para o bebê.

Isso também significa que o seu bebê assim que receber alta será um pouco diferente dos demais nascido no termo, pois não poderá receber visitas, deverá conviver apenas com os pais de preferência, não poderá ficar ambientes que podem acumular poeira, não poderá ir a ambientes públicos, deve evitar mamar no trânsito entre outros muitos cuidados. Começa aí um grande desafio, principalmente para algumas pessoas que não compreenderão tais cuidados, julgando tais atitudes como cuidado excessivo, mas só uma mãe cuidadosa que viveu a turbulência de uma internação com seu filho prematuro saberá reconhecer a necessidade de guardar tais cuidados.

Preparando para a alta

O momento tão esperado da alta está se aproximando. A alegria de, finalmente, poder levar seu filho para casa e viver intensamente todos os seus momentos é única. Algumas coisas fundamentais seu filho deve ser capaz de fazer para poder ir para casa. Isso pode variar um pouco dependendo de cada UTI, mas de uma maneira geral ele deverá:

Ter um peso em torno de 2000 a 2200g idade gestacional maior que 34 semanas

Conseguir sugar toda a dieta

Não estar dependente de oxigênio

Estar respirando sem dificuldade

Estar há uma semana sem apnéias

Mas é comum que, em meio a toda esta felicidade, algumas dúvidas e ansiedades apareçam. É fundamental que vocês as esclareçam e estejam totalmente seguros para ir para casa e cuidar de seu bebê. Saibam que vocês são as pessoas que melhor podem compreendê-lo e atender às suas necessidades. Por isso, tirem todas as suas dúvidas com a nossa equipe médica e de enfermagem. Estaremos prontos para melhor responder às suas perguntas, auxiliá-los nos cuidados de higiene (troca de fraldas, banho, limpeza do coto umbilical ...), posicionamento, amamentação e etc. Algumas destas respostas podem estar aqui. Outras, é melhor que vocês entrem em contato com a nossa equipe ou com o pediatra do seu filho.

Perguntas depois da alta

QUANDO DEVO LEVAR MEU BEBÊ AO PEDIATRA?
Você deve ver o médico de seu bebê dentro de 2 semanas após a alta.

PARA QUEM EU POSSO PERGUNTAR SE EU TENHO UMA DÚVIDA DEPOIS QUE MEU BEBÊ RECEBEU ALTA?
O médico de seu bebê irá querer atendê-lo se você tiver qualquer dúvida.
Você também pode contactar a UTI NEONATAL onde seu bebê ficou as últimas semanas ou meses.

Sair de Casa e Visitas

QUANDO EU POSSO SAIR DE CASA COM MEU BEBÊ?
Evite sair de casa para ambientes fechados nos primeiros 3 meses após a alta da UTI neonatal. Quando você sair com ele, deve evitar ambientes muito cheios de pessoas onde pode haver resfriados ou outras doenças. Alguns destes lugares podem ser:
Igrejas
Escolas/creches de crianças mais velhas
Aniversário de crianças
Passeios em ambientes abertos como praias, calçadas e jardins podem ser feitos, mas prefira os horários pela manhã e evite períodos longos.

EU DEVO PERMITIR VISITAS NA MINHA CASA?
Quando seu bebê for para casa, muitos pessoas vão querer visitá-lo. Algumas coisas você deve ter em mente:
Não permita que pessoas com resfriados ou gripes visitem o seu bebê

Seu bebê prematuro irá ser mais sensível a estímulos. Por isso muitas visitas significa muito barulho. E isso deve ser evitado

Você pode limitar o número de pessoas que visitem de uma vez e limitar a duração da visita

Não deixe as pessoas beberem líquidos quentes ou fumar segurando o bebê ao mesmo tempo

COMO EU POSSO LIDAR COM A REAÇÃO DAS PESSOAS POR MEU BEBÊ SER PREMATURO?
Pessoas podem responder com surpresa ou preocupação sobre o tamanho do seu bebê. Elas podem sentir medo de segurar o bebê por receio de "quebrá-lo". Isto é uma reação comum e elas irão precisar de sua segurança de que isto não é perigoso para o bebê.

Temperatura do ambiente e como vestir o Bebê

COMO DEVO MANTER A TEMPERATURA DA MINHA CASA?
Uma baixa a média temperatura é quente o suficiente se o bebê estiver vestido adequadamente.

COMO EU DEVO VESTIR MEU BEBÊ?
Você deve vestir o seu bebê como você está vestida para o tipo de dia e uma quantidade parecida de atividade (geralmente dormindo ou quieta). A melhor maneira de saber se seu bebê está vestido adequadamente é olhando e tocando sua pele.
Se as mãos de seu bebê estiverem frias, azul ou pálidas, você deverá colocar meias, luvas ou mais um cobertor/peça de roupa.
Se seu bebê parece inquieto e sua pele está vermelha, tire uma peça de roupa ou um cobertor.
Quando seu bebê estiver dormindo, acrescente um cobertor.

Se essas coisas não fizeram difererença e seu bebê continua desconfortável, verifique sua temperatura; seu bebê pode estar doente.

O sono

COMO SABER SE MEU BEBÊ ESTÁ DORMINDO O TEMPO CERTO?
Os bebês prematuros podem parecer dormir por um longo período inicialmente. Eles devem acordar com uma certa regularidade para mamar. Na época da alta, seu bebê já terá desenvolvido uma rotina de sono.

Seu bebê troca o dia pela noite? É melhor minimizar o estímulo durante o momento de amamentação da noite. Algumas formas de você fazer isto são:
Usar a luz noturna somente quando for amamentar o bebê
Trocar o bebê antes dele mamar
Falar muito pouco e muito suavemente no momento em que estiver amamentando

A adaptação ao ambiente da casa depois do ambiente ruidoso da UTI NEONATAL pode ser difícil para alguns bebês. Algumas sugestões para ajudar seu bebê a fazer esta transição mais facilmente são:
Mantenha luzes reduzidas
Coloque uma música suave para tocar

Banhos

QUAL A FREQUÊNCIA COM QUE DEVO DAR BANHO NO MEU BEBÊ?
O banho deverá ser dado, pelo menos 1 vez por dia e de preferência na parte da manhã.

EU DEVO LAVAR O ROSTO DO MEU BEBÊ?
O rosto do seu bebê deve ser lavado todos os dias com uma água morninha. Tenha atenção com as pregas sobre suas bochechas onde o leite pode ficar coletado. A maioria dos bebês não gostam de ter seus rostos lavados e irão "reclamar". O melhor é lavar um lado da face de cada vez para não cobrir todo o rosto de uma só vez.

COMO LIMPAR O NARIZ DO MEU BEBÊ?
Limpar as narinas com um pano suave irá geralmente ajudar a remover o excesso de secreção. Se você tem uma seringa de aspiração (perinha) certifique-se de que você empurrou o ar de dentro dela antes de inserir sua extremidade dentro da narina do bebê. Assim você não colocará nenhum ar dentro de sua narina.

COISAS PARA LEMBRAR QUANDO FOR DAR BANHO NO BEBÊ:

Certifique-se da temperatura da água

Nunca deixe seu bebê sozinho para pedir algum objeto ou atender o telefone ou a porta

Lave as pregas do pescoço

Observe alguma alteração na pele do bebê

Óleos, loções e talcos não são recomendados para usar no bebê

Lembre-se de lavar a face e as mãos de seu bebê diariamente

Boa sorte!

Escrito e postado por Katyucha Ramos Calassa

AS DÚVIDAS MAIS FREQUENTES DOS PAIS DE PRÉ-TERMOS

O Ambiente Físico

No ambiente físico da UTI NEONATAL existem muitos equipamentos sendo usados e muitas pessoas ao redor do bebê. Em geral o bebe prematuro necessita de aquecimento e estará em um berço de calor radiante ou em uma incubadora. O ambiente costuma ter muito barulho e muita luz. Em alguns momentos luminosidades mais intensas são necessárias para alguns procedimentos, mas na maior parte do tempo reduções na luminosidade poderão ser feitas. O barulho se deve a monitores, motores de incubadoras e falas de pessoas. Estes ambientes com muita luz e com muito barulho podem ser desconfortáveis para o bebe. Além disto alguns tratamentos podem estressar ou causar dor a ele (aspiração de secreções, colher sangue para exames, puncionar veias, fazer radiografias e ultrassom etc). Estes tratamentos podem significar que os bebês estão sendo incomodados muitas vezes ao dia, interrompendo seu sono. Para os bebês muito pequenos, apenas o manuseio nos cuidados do dia-a-dia (trocar a fralda, alimentar...) pode incomodar.

O ambiente físico pode ser modificado da seguinte maneira para que se torne mais adequado ao conforto do bebê:
Reduzindo a quantidade de som
Reduzindo a quantidade de luz
Dando maior atenção no posicionamento do bebê
Fazendo tratamentos menos estressantes
Reduzindo o número de vezes em que o bebê é incomodado

SOM: POR QUE O SOM RUIDOSO É UM PROBLEMA?
O som ruidoso é um problema porque:
1. ele pode lesar o ouvido do bebê e causar perda da audição
2. o bebê se sente estressado

O som do motor da incubadora é a um nível (55-60 decibéis) confortável para os adultos. Se o bebê tem algum equipamento respiratório ( ventilação mecânica, CPAP ) ele faz ainda mais barulho. Outros sons têm níveis mais altos que tornam os adultos incomodados (75-85 decibéis).
Sons agudos ou graves podem chegar a 100-200 decibéis, lesando as células do ouvido. Sons graves ou agudos podem causar alterações fisiológicas (alta frequência cardíaca, respiração acelerada, apnéia, queda no nível de oxigênio). Eles também podem acordar o bebê e perturbar seu sono.

COMO O NÍVEL DE SOM PODE SER REDUZIDO?
O nível de som pode ser reduzido falando mais baixo, fechando as portas e portinholas da incubadora calmamente, não apoiando objetos em cima da incubadora, diminuindo os alarmes dos monitores/toque dos telefones e desligando o rádio.

ALGUNS SONS SÃO ÚTEIS?
O som que parece atrair o prematuro é o som da voz humana, especialmente a da mãe. Fazer uma fita gravada com sua voz ou ler uma história para seu bebê pode ser uma maneira de acalmá-lo. Tenha em mente, entretanto que, algumas vezes qualquer som extra pode perturbar os prematuros. É importante olhar para seu bebê enquanto ele ouve a fita para ter certeza de que ele/ela está gostando do som naquele momento.

LUZ: POR QUE A LUZ É UM PROBLEMA?
A luz é um problema porque:
1. O brilho da luz pode causar lesão nos olhos
2. Luz constante pode perturbar os ritmos do corpo

Estudos feitos com animais mostram que luz brilhante pode lesar as células dos olhos. Prematuros são de maior risco para desenvolvimento de Retinopatia da prematuridade, uma alteração nos olhos que pode levar a perda de visão. Embora ainda não esteja provado, a luz nos olhos pode aumentar o seu risco.

Níveis constantes de luz podem lentificar o desenvolvimento normal do ciclo sono-vigília. Prematuros que estão em UTIs que diminuem a luminosidade à noite avançam mais rapidamente no seu ciclo de sono-vigília. Isto significa que eles começam a gastar mais tempo durante cada período do sono no sono profundo, e menos tempo no sono leve.

COMO PODE SER REDUZIDA A QUANTIDADE DE LUZ QUE ATINGE MEU BEBÊ?

Incubadoras podem ser cobertas para bloquear a luz que estaria atingindo seu bebê. Colocar um lençol em cima da incubadora é a maneira mais fácil de fazer isso. Podem ser cobertas também, as laterais da incubadora. Com os atuais monitores de frequência cardíaca, respiratória e oxigenação disponíveis, o médico sabe como está o seu bebê mesmo com a incubadora coberta.

Quando as luzes são diminuídas, procedimentos que necessitem de luz extra podem ser feitos com uma luz adicional ao lado do leito do seu bebê (uma lâmpada ou spot). O médico tentará ser o mais rápido que puder quando uma luz desta precisar ser usada.

Se uma fototerapia está sendo usada, uma máscara especial irá ser colocada para cobrir os olhos do seu bebê.

Em muitas UTIs NEONATAIS, um "tempo de silêncio" é garantido durante o dia, quando luzes são diminuídas por algumas horas e seu bebê não é perturbado, a menos que algum procedimento seja realmente necessário.

Em algumas UTIs, as luzes são diminuídas à noite. Isto ajuda a começar um padrão de sono dia/noite e alterações hormonais e de temperatura. A luz reduzida à noite também fornece uma proteção extra da alta luminosidade necessária para as atividades durante o dia.

Equipamentos usados nas UTIs



Os Equipamentos

O QUE SÃO ESTES FIOS E TUBOS CONECTADOS AO MEU BEBÊ?
Os monitores fornecem aos médicos e enfermeiros importantes informações continuamente. Tanto quanto possível estes monitores são indolores (conectados do lado de fora da pele). Seu bebê irá ter alguns, porém provavelmente não todos dos seguintes:

Monitor cardiorrespiratório
Este é algumas vezes chamado de monitor cardíaco. Estes adesivos com fios conectados a eles são colocados no tórax, abdome, braços ou pernas. Os fios vão até os aparelhos que mostram a frequência cardíaca, frequência respiratória e problemas respiratórios.

Oxímetro de pulso
O oxímetro de pulso continuamente mede o oxigênio do sangue do bebê. Existe uma luz que é conectada na palma da mão, pé, dedo ou punho do bebê por uma peça elástica/adesiva. Um fio vai até a máquina que mostrará a quantidade de oxigênio carregado pelas hemácias no sangue do bebê. Este pode ser uma parte do monitor cardiorrespiratório ou um monitor separado.

Monitor de pressão sanguínea
A pressão sanguínea pode ser mensurada periodicamente por um pequeno cuff colocado ao redor do braço ou perna do bebê, ou pode ser medida continuamente se o bebê tiver um cateter dentro de uma de suas artérias.

Sensor de temperatura
Será colocado na pele do bebê e coberto com uma fita adesiva e irá medir a temperatura do bebê. Esta informação é utilizada para ajudar a controlar a quantidade de calor da incubadora.

IV (Infusão intravenosa)
Isto é uma agulha ou pequeno tubo que é colocado dentro de um das veias do bebê. É usada para fazer líquidos , medicações e nutrientes para o bebê. Locais comuns para veias são mãos, pés, braços e pernas. Na medida do possível evitamos o couro cabeludo, para que não seja necessário cortar o cabelo do bebê. Mas se for necessário, é melhor usá-lo do que submeter o bebê a repetidas punções que são dolorosas.

Cateter arterial ou venoso umbilical
Este é um tubo fino colocado dentro da artéria ou veia umbilical do bebê. Além de administrar líquidos, medicações e nutrientes, sangue pode ser colhido sem dor, para exames laboratoriais.

CPAP
È uma pronguinha colocada no nariz para que o oxigênio ou ar seja liberado sobre uma pequena quantidade de pressão. Fornecimento de oxigênio sob pressão ajuda a manter os alvéolos nos pulmões abertos.

Tubo endotraqueal
Este é um tubo que vai da boca ou nariz até a traquéia do bebê. Ele é fixado com fitas adesivas e acoplado ao respirador. Isto permite a máquina liberar ar diretamente nos pulmões do bebê. Por ele também podemos administrar uma medicação que ajuda o amadurecimento do pulmão que chamamos de surfactante.

Respirador ou ventilador
Isto é uma máquina que ajuda seu bebê a respirar. Alguns respiradores ajustam os seus ciclos com as próprias respirações do bebê (ventilação sincronizada) ou fornecem respirações como o bebê deveria estar fazendo. Outros, chamados de ventiladores de alta freqüência, mantém os pulmões abertos com pressão constante e então dão centenas de entradas de ar ou oxigênio a cada minuto.

Bombas de infusão
São bombas que ajudam na infusão de líquidos para a veia do bebê. Elas são necessárias principalmente quando usamos volumes muito pequenos. Flashes de máquinas fotográficas podem acelerar as bombas. Avise alguém da equipe quando for utilizá-los. O funcionamento das bombas também pode ser alterado com o uso de telefones celulares e laptops ou palmtops. Evite usá-los perto dos bebês.

Incubadora e berço de calor radiante
O bebê em geral necessita de algum tipo de aquecimento. O mais usado é a incubadora. A temperatura dentro dela é escolhida de acordo com a idade gestacional, peso do bebê e idade em dias de vida. O berço de calor radiante é usado quando o bebe é admitido na UTI, e quando necessita de algum tipo de manuseio que não pode ser feito na incubadora.

Fototerapia
São aparelhos que emitem luz com alta intensidade e são usados para o tratamento de icterícia. Os olhos dos bebês ficarão cobertos com máscaras escuras enquanto o seu uso for necessário.

Os profissionais das UTIs neonatais

Quem cuida do seu bebê enquanto ele está internado?

QUEM SÃO TODAS ESTAS PESSOAS? Muitos profissionais trabalham juntos para cuidarem dos bebês prematuros. Em uma UTI o trabalho é sempre realizado em equipe, e o sucesso depende da perfeita coordenação entre as pessoas. A presença dos pais também é muito importante e contribui muito para a melhora, e para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Em geral as pessoas que cuidam do seu bebê sâo:

Neonatologista: Um pediatra com treinamento específico para cuidados intensivos neonatais.
Residente: Pediatra apto a atender recém-nascidos, se especializando em cuidados intensivos neonatais.
Enfermeiro: Profissional de nível superior treinado em cuidados intensivos neonatais.
Técnico de enfermagem: Profissional de nível médio treinado em cuidados intensivos neonatais. Fisioterapeuta: profissional com treinamento específico no cuidado e manejo de vias aéreas, uso de oxigênio, equipamentos respiratórios, posicionamento e tônus muscular do recém-nascido.
Fonoaudióloga: Profissional treinada no desenvolvimento de recém-nascidos e problemas alimentares e motores orais.
Neurologista para avaliação auditiva: Uma pessoa especializada em realizar exames capazes de detectar perdas auditivas precoces.
Outros: pessoas que cuidam da limpeza da unidade, fazem radiografias, realizam manutenção dos aparelhos etc.

Seu bebê provavelmente tem um ou dois médicos e uma ou duas enfermeiras que são responsáveis pelos seus cuidados.
Se seu bebê tem um problema particular, outro médico especialista pode ser chamado. Especialistas comuns e suas áreas de atuação incluem:

CARDIOLOGISTA: problemas no coração.
NEFROLOGISTA:problemas renais (urina).
GASTROENTEROLOGISTA:problemas intestinais e nutricionais.
ENDOCRINOLOGISTA:problemas hormonais e glandulares.
HEMATOLOGISTA:problemas sanguíneos.
OFTALMOLOGISTA: problemas oculares.

Se seu bebê tem um problema cirúrgico, ele pode precisar de um cirurgião e um anestesista.

A UTI NEONATAL

Em resumo:
UTI neonatal é um espaço reservado para tratamento de prematuros e de bebês que apresentem algum tipo de problema ao nascer.

Geralmente ela deve se localizar em uma maternidade que seja capaz de atender gestações de risco, onde uma equipe apropriada poderá estar apoiando o seu pediatra no atendimento a seu bebê. Em geral este local possui uma estrutura física diferente de outras UTI de crianças maiores e de adultos, bem como possui uma metodologia e filosofia de atendimento diferenciadas. O tipo de problemas que os bebes apresentam ao nascer e no primeiro mês de vida são diferentes das outras faixas etárias e por isto sua abordagem exigirá uma metodologia adequada. Nem sempre os bebes internados nas UTI neonatais estão doentes. Algumas vezes eles estão apenas crescendo e se tornando aptos para respirar, sugar e deglutir. Este fato necessita de um amadurecimento que só acontece por volta das 34-35 semanas de idade gestacional. Ë claro que estes bebes são extremamente vulneráveis, mas ao receber alta ele será capaz de realizar todas estas funções sem estresse, na maioria das vezes. Você vai encontrar uma série de pessoas envolvidas no cuidado do seu bebe. Não é possível um trabalho de uma única pessoa junto a um bebe. Uma equipe multiprofissional vai estar sempre envolvida para fornecer o melhor cuidado possível a ele. Esta equipe vai estar usando uma série de equipamentos que vão ser importantes para o recém-nascido e vai estar inserida em um ambiente adequado.

A história do surgimento da Neonatologia é relatada por AVERY (1984) em seu livro "Neonatologia, Fisiologia e Tratamento do Recém-Nascido". Segundo este autor, a Neonatologia, como especialidade, surgiu na França. Um obstetra, Dr. Pierre Budin, resolveu estender suas preocupações além da sala de parto e criou o Ambulatório de Puericultura no Hospital Charité de Paris, em 1882. Posteriormente, chefiou um Departamento Especial para Debilitados estabelecido na Maternidade por Madame Hery, antiga parteira chefe. Em 1914, foi criado por um pediatra, Dr. Julius Hess, o primeiro centro de recém-nascidos prematuros no Hospital Michel Reese, em Chicago. Depois disso, foram criados vários outros centros, que seguiram os princípios do obstetra, Dr. Budin e do pediatra, Dr. Hess, para a segregação dos recém-nascidos prematuros com a finalidade de lhes assegurar enfermeiras treinadas, dispositivos próprios, incluindo incubadoras e procedimentos rigorosos para a prevenção de infecções.
Um centro criado em 1947, na Universidade do Colorado, além dos cuidados prestados aos prematuros, possuía leitos para mães com gravidez de risco para parto prematuro e programas de treinamento para médicos e enfermeiros para serem ministrados em todo o Colorado.
Arvo Ylppo, pediatra finlandês, publicou monografia sobre patologia, fisiologia, clínica, crescimento e prognóstico de recém-nascidos, relatos que serviram como ponto inicial para pediatras clínicos, professores e investigadores. Em 1924, o pediatra Albert Peiper, interessou-se pela maturação neurológica de prematuros. Silverman foi pioneiro em estabelecer o uso de processos cuidadosamente controlados em berçário de prematuros. O interesse da Dra. Dunhan sobre problemas clínicos dos recém-nascidos levou-a a enfatizar a importância do controle contínuo dos dados federais sobre a mortalidade de recém-nascidos. Isto serviu de base para a política federal, aumento do interesse nos serviços de cuidados materno-infantis assim como nas pesquisas peri e neonatais (AVERY et al., 1984).
Ainda segundo AVERY (1984), o termo Neonatologia foi estabelecido por Alexander Schaffer cujo livro sobre o assunto, "Diaseases of the Newborn", foi publicado primeira vez em 1960. Este livro junto com o "Physiology of the Newborn Infant", de Clement Smint, constituem a base do novo campo (AVERY et al., 1984).

INSTALAÇÃO
Na instalação de uma unidade de atendimento ao RN e gestante tem-se seguindo o modelo de 'Sistema de Regionais Integrado e Hierarquizado'. Este modelo tem implícito a assistência integral à gestante e ao RN, sendo que a atenção é efetuada dentro do nível hierárquico em que o caso for indicado. No caso de maternidades, o sistema prevê três níveis com um adequado sistema de referência e contra-referência entre eles, a saber:

• PRIMÁRIO: será feito o acompanhamento de gestante e RN de baixo risco, identificando e encaminhado os casos de maior risco para os próximos níveis de assistência mais complexa.
• SECUNDÁRIO: acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco, selecionando e encaminhado casos de maior risco para os Centros mais habilitados para o seu atendimento
• TERCIÁRIO: destinado ao atendimentos de gestante e RN de alto risco e de internação de RN com algumas patologias, transportados de outras unidades para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN).
A UTIN deve ser localizada dentro de uma estrutura hospitalar que disponha de recursos para o diagnóstico e tratamento de qualquer tipo de patologia neonatal, incluindo os procedimentos especializados (cateterismo umbilical e cardíaco, cirurgia neonatal, assistência ventilatória, monitorização de dados vitais, etc.), próxima do centro cirúrgico e sala de parto.
A UTIN precisa ser bem planejada, para evitar falta ou leitos ociosos e para isto é preciso considerar alguns fatores importantes, como:

• Localização geográfica;
• População assistida;
• Taxa de crescimento populacional;
• Recursos disponíveis (físicos e humanos);
• Índice de prematuridade;
• Número de admissão potencial de uma UTIN;
• Ocupação média de um leito.
A UTIN pode ser dividida nas seguintes áreas:

• Sala de Admissão do RN (primeiros atendimentos): local aonde ocorre a recepção do RN de partos não contaminados e aonde permanecerão em observação nas primeiras quatro horas de vida. Cada sala deve ter, no máximo, seis leitos, com área mínima de 2,50m2 por berço.
• Sala para RN em Observação (opcional): destinada aos RN com mais de 4 horas de nascimento que, embora não patológicos, estejam por algum motivo impedidos de fazerem uso do alojamento conjunto. Cada sala deverá contar com, no máximo, quatro leitos, com área mínima de 2m2 por berço e distância de 60cm, no mínimo, por leito.
• Sala de Cuidados Intermediários: indicada para RN que precisarão de tratamento simples por problemas não infecciosos, ou para RN que sairam da fase aguda da doença mas necessitam de cuidados específicos de enfermagem. Cada sala deve ter, no máximo, seis leitos, com área de 2 a 2,5m2 por berço e espaço de 60 cm entre os berços.
• Sala de Cuidados Especiais (incluindo Unidade de Tratamento Intensivo): destinado a RN de alto risco que necessitem de recursos físicos e humanos especializados para prestação de cuidados médicos hospitalares constantes. Cada sala deve ter, no mínimo, quatro leitos, respeitando área mínima de 2,5m2 à 5m2, com espaço mínimo de 80cm entre berços.
• Isolamento : destinados aos RN com diagnóstico confirmado de de processo infeccioso, conforme as normas da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). Cada sala deve conter seis leitos, no máximo, área mínima de 2,5m2 por berço e distância mínima de 80cm. Deve ser considerada a proporção de berços para o total de RN, sendo adequado um berço de isolamento para cada 20 RN (5% do total de leitos).


A UTIN deve contar ainda, para o seu funcionamento, com:

• Posto de Enfermagem
• Sala de Serviço
• Rouparia
• Sala de Amamentação
• Área de Apoio:
• Depósito de Armazenamento de Material;
• Depósito de Armazenamento de Medicamento;
• Depósito para Equipamento;
• Sala de Ordenha/amamentação;
• Central de Enfermagem;
• Chefia de Enfermagem;
• Expurgo;
• Consultório/escritório médico;
• Repouso Médico.
• Serviço de Apoio:
• Laboratório próprio, equipado no mínimo com:

 Microcentrífuga;
 Bilirrubinômetro;
 Refratômetro;
 Aparelho de gasometria;
 Kit para glicemia;
 Kit para colheita de bacteriologia;
 Aparelho para dosagem de eletrólitos;
 Diagnóstico por imagem (raio-X, ultrassonografia e ecografia);
 Hemoterapia.


RECURSOS HUMANOS
A assistência a um RN exige vigilância constante de pessoal competente e bem treinado, dadas as características de emergência, freqüentemente oligossintomática, da patologia neonatal.
EQUIPE MÉDICA
- 1 MÉDICO CHEFE
- 1 MÉDICO PLANTONISTA/ 24H/ 100 NASCIMENTOS/ MÊS (deverá estar presente em todos os partos para realizar a assistência ao RN durante as 24h do dia.
-2 MÉDICOS DIARISTAS/100 NASCIMENTOS/ MÊS
EQUIPE DE ENFERMAGEM
A Equipe de Enfermagem da Unidade de Neonatologia deverá permanecer sob a supervisão constante de uma enfermeira com treinamento específico em neonatologia. Todo o pessoal auxiliar deve ser submetido a treinamento prévio e mantido em atualização constante e fixo no setor.
CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS

 A equipe de enfermagem deverá contar com, no mínimo, um elemento para cada quatro RN por plantão.


CUIDADOS ESPECIAIS
 A equipe de enfermagem deverá contar com um elemento para cada um ou dois RN, no máximo, por plantão.


OUTROS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DA UNIDADE NEONATAL

 Assistente Social;
 Fonoaudiológo;
 Nutricionista;
 Psicólogo;
 Fisioterapeuta e outros.

INDICAÇÃO PARA A UTIN

 Baixo peso, <1500g, grandes ou pequenos para idade gestacional;
 Pré-termo;
 Filho de mãe diabética;
 Malformação;
 Suspeita de infecção congênita;
 Icterícia não-fisiológica;
 Pós-maturidade;
 Asfixia perinatal;
 Duração do parto ativo: PRIMÍPARA: +24h, MULTÍPARA: + de 12h, Segundo Estágio: + de 2h;
 Anomalias congênitas importantes;
 Anemia Aguda;
 Síndrome Hemorrágicas;
 Convulsões;
 Pré e pós-operatório;
 Prolapso de Cordão Umbilical;
 Sofrimento fetal crônico, subagudo, ou agudo;
 Placenta prévia ou descolamento de placenta;
 Parto difícil ou tocotraumatismo;
 Gravidez múltipla;
 Parto cesárea (observação);
 Parto pélvico (observação);
 Oligo e polidrâmio;
 Membrana Hialina ou outra dificuldade respiratória;
 Sespis;
 Doença hemolítica;
 Cardiopatia congênita;
 RN sintomático.

SALA DE ISOLAMENTO

Os RN são isolados conforme as medidas de precaução:

TRANSMISSÃO AÉREA:

 Varicela, herpes zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido.
 Sarampo.

TRANSMISSÃO POR GOTÍCULA:

 Doença invasiva por menigococo.

TRANSMISSÃO POR CONTATO:

 Herpes simples;
 Rubéola congênita;
 Colonizado por microrganismo multirrresistente;
 Processos infecciosos transferidos de outros setores.

PRECAUÇÕES PADRÃO

 Desacompanhado da mãe (isolamento para nascidos fora do hospital);
 Outras situações.

RECURSOS MATERIAIS
Todas as salas deverão ter número suficiente de pontos de vácuo, de oxigênio e de instalações elétricas.
SALA DE ADMISSÃO
Deverá ter
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Berço aquecido (um para cada 35 nascimentos/mês);
 Fonte de oxigênio canalizado (um para cada berço);
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços)
 Armário com roupas limpas;
 Antropômetro e uma balança (de preferência, eletrônica);


SALA DE OBSERVAÇÃO

 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Berço, de preferência de acrílico, que permita mudanças de eixo horizontal (1 para cada 40 nascimentos/mês);
 Aparelho de fototerapia (1 para cada 3 berços);

SALA DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS

 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Dispositivo de toalha de papel;
 Recipiente para toalhas usadas;
 Armário de roupas limpas;
 Hampers;
 Berço individuais, de preferência de acrílico;
 Fonte de oxigênio canalizado (um para dois berços);
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços);
 Tomadas elétricas com terragem (um para cada berço);
 Uma balança para cada 10 RN (de preferência eletrônica);




 Aparelho de fototerapia (1 para cada 2 berços);
 Otoscópio, oftalmoscópio, martelo de pesquisa de reflexo;
 Medidor de pressão não-invasivo (1 para cada 3 berços);
 Material para reanimação do RN de tamanho adequado;
 Material para cauterização umbilical;
 Berço aquecido (um para cada 120 nascimentos/mês);
 Oxímetro, um para cada incubadora;
 Nebulizadores e umidificadores;
 Capacetes, um para dois RN;
 Incubadoras, uma para cada 120 nascimentos/mês;

SALA DE CUIDADOS ESPECIAIS (UTI E SEMI - INTENSIVO)
Deverá ter:
 Instalações elétricas: 10 a 20 tomadas elétricas aterradas e ligadas aos circuitos de emergência do gerador;
 Dois a quatro pontos de oxigênio por leito;
 Dois pontos de ar comprimido por leito;
 Dois a três pontos de vácuo por leito;
 Iluminação suplementar através de aparelho de braço articulado;
 Temperatura mantida entre 27 a 280C;
 Umidade relativa do ar em 50%;
 Piso sem fresta e lavável;
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Teto rebaixado para facilitar a limpeza;
 Portas e esquadrias pintadas com tinta lavável;
 Itens de segurança anti-incêndio e saída de emergência;
 Um monitor de freqüência cardíaca por leito;
 Um monitor de apnéia por leito;
 Um respirador por leito;
 Capacetes, um por leito;
 Oxímetro, um para cada incubadora;
 Nebulizadores e umidificadores, um por leito;
 Um medidor de pressão não-invasivo, um por leito;
 Material para reanimação do RN de tamanho adequado;
 Um bomba de infusão por leito;
 Aparelho de fototerapia, 1 por leito;
 Um aparelho portátil de RX, um de ultrassonografia com transdutor neonatal;
 Material descartável;
 Um saturímetro por leito;
 Incubadora de parede dupla, uma para cada 30 nascimentos/mês.

ISOLAMENTO

 Incubadora de parede dupla, 1% do número de nascimentos/mês;
 Aparelho de fototerapia, 0,5% dos nascimentos/mês;
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos e com pressão negativa;
 10% dos leitos de isolamento deverão ser leitos de cuidados intensivos. Os leitos intensivos, sempre que possível, deverão estar em box próprio, isolado dos demais.

CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UTI NEONATAL

O melhor meio de evitar infecção hospitalar dentro de uma UTI Neonatal e em todo hospital é a lavagem de mãos.

ENTRADA NA UNIDADE:

 Limitada aos profissionais do setor, médicos de outros setores, quando em interconsulta, fisioterapeutas, outros profissionais da equipe multidisciplinar, pais dos RN internados;
 Cuidados antes de entrar na unidade: ter unhas curtas; prender o cabelo, quando longo; retirar anéis, pulseiras, relógio, aliança. Após estes cuidados, realizar a lavagem das mãos.



LAVAGEM DE MÃOS - PARA QUE SERVE:

 Visa a remoção da flora transitória, camada de células descamativas, suor, oleosidade da pele e, quando associado a um anti-séptico, promove a diminuição da flora residente.

LAVAGEM DE MÃOS - QUANDO REALIZAR:

 Sempre que entrar ou sair da Unidade;
 Quando as mãos estiverem sujas;
 Antes e após o contato com o paciente;
 Após contato com secreções e fluidos corporais;
 Sempre que manipular materiais e equipamentos que estavam em contato com o paciente;
 No preparo de materiais e equipamentos;
 Na manipulação de medicamentos;
 Antes de procedimentos invasivos.

COMO LAVAR:

 Friccionar as mãos com água e sabão líquido ou solução anti-séptica degermante por aproximadamente 15 segundos pelas diferentes faces, espaços interdigitais, unhas;
 Proceder também a lavagem do antebraço;
 Enxaguar com água corrente;
 Enxugar com papel toalha;
 Em procedimentos cirúrgicos deve-se lavar as mãos com solução anti-séptica degermante durante 5 minutos enxugando-as com compressa estéril.
Observação: O uso de luvas não substitui a lavagem das mãos que deve realizada antes e após a retirada das mesmas.
A lavagem de mãos pode ser realizada com sabão comum ou feita a desinfecção com álcool glicerinado em procedimentos de baixo risco ou situações emergenciais, quando é necessário o uso de antisséptico e as mãos não apresentam sujidade.



ENFERMAGEM NA UTI NEONATAL
O trabalho da enfermeira dentro de uma UTIN é um desafio constante, pois requer vigilância, habilidade, respeito e sensibilidade, porque o paciente que vai ser atendido não fala, é extremamente vulnerável e altamente dependente da equipe que lhe está prestando assistência. Segundo Okikawa & Lund, o planejamento e a liberação de cuidados de enfermagem a neonatos gravemente enfermos, constitui um processo muito complexo e cuidadoso, e requer uma cuidadosa avaliação para determinar a eficácia tanto da terapia médica quanto da enfermagem (apud KLAUS & FANAROFF, 1994)
A enfermeira é responsável por promover a adaptação do RN ao meio externo (manutenção do equilíbrio térmico adequado, quantidade de umidade, luz, som e estimulo cutâneo), observar o quadro clínico (monitorização de sinais vitais e emprego de procedimentos de assistência especial), fornecer alimentação adequada para suprir as necessidades metabólicas dos sistemas orgânicos em desenvolvimento (se possível, aleitamento materno), realizar controle de infecção, estimular o RN, educar os pais, estimular visitas familiares, elaborar e manter um plano educacional, organizar, administrar e coordenar a assistência de enfermagem ao RN e a mãe, desenvolver atividades multidisciplinares, orientar o ensino e supervisionar os cuidados de enfermagem prestados, entre outras atividades (VIEGAS, 1986; FONTES 1984).
Em neonatologia é necessário a conscientização de que quanto mais cedo forem identificados os fatores de risco para o RN, melhores as condições para serem ajudados. Este é um dos papéis da enfermagem neonatal para promover segurança ao RN.
Além da assistência ao RN, caberá enfermagem o controle do uso e conservação dos materiais e instrumental, registro de todas as ocorrências importantes referentes ao RN, bem como ao pessoal, as mudanças de procedimento, entre outras coisas.
Um aspecto importante para assistência de enfermagem neonatal é a criação de um ambiente propício para o tratamento do RN, livre de estímulos nocivos, que promova o desenvolvimento positivo do RN e minimize os efeitos negativos da doença e da separação dos pais.


O papel da enfermagem envolve o relacionamento com os familiares do RN. No período neonatal estaria fortalecendo-se o vínculo afetivo entre mãe e filho, mas quando a criança precisa ser encaminhada para uma UTIN, logo após o parto, esta ligação fica prejudicada. A enfermeira deve ajudar os pais a começarem a estabelecer o vínculo com seu filho durante a internação na UTIN. É necessário explicar os procedimentos realizados, o tratamento e reforçar continuamente as informações passadas pelo médico do RN em relação à sua condição e prognóstico. A enfermeira constitui, portanto, a fonte de apoio para os pais.
________________________________________
LINKS INTERESSANTES
A NECESSIDADE DE UM TRABALHO PREVENTIVO EM MATERNIDADE: INSTRUÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO DO RECÉM-NASCIDO
ALTA HOSPITALAR DA CRIANÇA: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM

CSMC: Neonatoly on Web / TIPE /
PROCURE MAIS SOBRE O ASSUNTO
CADÊ? / YAHOO! / ALTAVISTA / LYCOS /
________________________________________
BIBLIOGRAFIA
AVERY, G.B. Neonatologia, Fisiologia e Tratamento do Recém-Nascido. 2 ed., Rio de Janeiro: Medsi, 1984, 1035 p.
CALIL, R.; VEIGA, J.F.F. Controle de Infecção em Neonatologia , texto ainda não publicado.
DINIZ, E.M.A. et al. Manual de Neonatologia. São Paulo: Sociedade de Pediatria de São Paulo, Physi Revinter, 1994, 342 p.
FONTES, J.A.S. Perinatologia Social. São Paulo: Fundo Editorial BYK, Proceinx, 1984, 892 p.
MIURA, E. Neonatologia: Princípio e Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991
ALBANO, N; MIRANDA, L.E.V. Organizão da Unidade de Tratamento Intensivo. In VIEGAS, D.; MORAIS, R.V.; Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986,p 367-70.
VEIGAS, D.; GRAJWER, L.A.; GRINFELD, H.; SILVA, L.L.A. A Assistência ao Recém Nascido de Alto Risco. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986, p. 351-65.
GRAJWER, L.A. Necessidades Básicas de Equipamentos em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986, p. 371-77.

O papel do Fisioterapeuta no neonatal

FISIOTERAPIA EM NEONATOLOGIA


A neonatologia tem se destacado por uma série de avanços no tratamento de recém-nascidos prematuros. Além da assistência médica e de enfermagem a fisioterapia, cada vez mais, se destaca no atendimento desses pacientes, principalmente pela complexidade de assistência ventilatória necessária nesses casos.

O fisioterapeuta tornou-se um profissional de extrema importância junto ao RN de alto risco, atuando não só na reabilitação, mas também na prevenção de complicações potencialmente letais advindas da fisiopatologia dessa condição clínica, com conhecimento das condições fisiopatológicas inerentes ao quadro clínico específico, proporcionando portanto, maior segurança ao atendimento nesse campo pouco explorado e de importância crucial da pediatria.

Técnicas do fisioterapeuta na neonatologia:

  • Características anatômicas e fisiológicas do RN / RNPT;
  • Crescimento e desenvolvimento pulmonar;
  • Diferenças anatômicas e fisiológicas do RN;
  • Distúrbios respiratórios neonatais: Síndrome do desconforto respiratório, síndrome da aspiração de mecônio, taquipneia transitória do recém-nascido, síndrome do escape de ar e displasia broncopulmonar;
  • Exames complementares: Rx de tórax e gasometria;
  • Ventilação mecânica neonatal: invasiva e não invasiva;
  • Desmame da ventilação mecânica;
  • Fisioterapia respiratória: Avaliação, procedimentos e repercussões.
  • Prática: Avaliação e tratamento fisioterapêutico.
Cabe ao fisioterapeuta o desenvolvimento motor nos dois primeiros anos de vida do pré-termo
O fisioterapeuta pode tratar as crises convulsivas neonatais e o desenvolvimento respiratório

Neonatologia


A neonatologia (do latim: ne(o) - novo); nat(o) - nascimento; e logia - estudo), e o ramo da Pediatria que ocupa-se das crianças desde o nascimento até 28 dias de idade (quando as crianças deixam de ser nomeadas recém-nascidos e passam a ser lactentes).

A neonatologia tem avançado muito nos últimos tempos, conseguindo menores índices de mortalidade e também de morbidade graças a maior compreensão das peculiaridades dos recém-nascidos, melhores equipamentos e medicamentos como o surfactante, além de abordagens como a nutrição parenteral.A equipe que cuida do recém-nascidos é multiprofissional, contando com a equipe de neonatologia, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outras. Também é necessária atenção com a família do recém-nascido, condições sociais, etc...

Algumas definições dentro da neonatologia:

AIG: adequado para a idade gestacional . Diz-se do recém-nascido cujo peso ao nascer está entre os percentis 10 e 90 para a sua idade gestacional. Geralmente se usa o gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação.

Baixo Peso: recém-nascido com peso inferior a 2500 gramas

D.U.M. : data da última menstruação. A partir daí será marcada a idade gestacional.

GIG: grande para a idade gestacional . Diz-se do recém-nascido cujo peso ao nascer está acima do percentil 90 para a sua idade gestacional. Geralmente se usa o gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação.

Idade gestacional: idade em semanas e dias desde o início da última menstruação.

Muito Baixo Peso: recém-nascido com peso inferior a 1500 gramas

PIG: pequeno para a idade gestacional . Diz-se do recém-nascido cujo peso ao nascer está abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional. Geralmente se usa o gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação.

Pós-maturo: recém-nascido com mais de 42 semanas de idade gestacional (10 meses)

Prematuro: recém-nascido com menos de 37 semanas de idade gestacional (36 semanas e 6 dias ou menos - abaixo dos 9 meses).

Recém-nascido: do nascimento até 28 dias de idade

RN: recém-nascido

Termo ou RN de termo: diz-se do recém-nascido cuja idade gestacional está entre 37 semanas e 41 semanas e 6 dias.

RN pré-termo


Recém nascido pré-termo é a criança nascido no período inferior a 37 semanas de gestação, também conhecido como bebê prematuro.
É muito comum a abreviatura RN seguido do nome da mãe do bebê ao se referir ao seu prematuro na UTI neo natal, significa recém-nascido de... (nome da mãe do pequeno). Após o primeiro mês de internação o mesmo caso já esteja registrado será a partir de então chamado pelo nome recebido pelos pais.

Alimentação do pré-termo (prematuro)

Leite de mães de recém-nascidos prematuros

Promover a nutrição ideal é um fator importante para elevar o índice de sobrevivência de RNPT. O objetivo da nutrição dos RNPT ainda é muito discutido, alcançar um crescimento pós natal que se aproxime do crescimento intra uterino do feto normal na mesma idade pós concepção, tem sido a lógica do presente. No entanto evitar a sobrecarga metabólica é de fundamental importância na nutrição do prematuro.
A condição de prematuridade do RN determina variações na composição do leite materno, tornando-o bastante adaptado às necessidades do prematuro. O leite de mães de prematuros (LMPT), especialmente durante as duas primeiras semanas após o nascimento, contém concentrações maiores de calorias, gordura, proteínas, sódio e IgA, e menores concentrações de lactose, cálcio e fósforo do que o leite de mães de RN a termo. Quanto maior o grau de prematuridade maior é o teor protéico e de lipídeos.
Com os avanços no conhecimento sobre a composição do LMPT e do balanço de nutrientes e crescimento do prematuro alimentado com leite humano, a oferta de leite da própria mãe para o pré- termo tem sido cada vez mais aceita na prática clínica diária, sendo quase um consenso mundial de que o melhor leite é o leite de peito ordenhado da própria mãe.
Mesmo sendo questionado por alguns, o uso de leite materno (LM) para a alimentação do RNPT de muito baixo peso é recomendado. Alimentar o RNPT com leite da própria mãe proporciona efeitos benéficos que geralmente estão relacionados às melhorias da imunidade, digestão e absorção de nutrientes, função gastrointestinal, desenvolvimento neurológico e aspectos psicológicos da relação mãe - filho.
Recém-nascidos prematuros alimentados com leite da própria mãe apresentam redução na incidência de sepse e enterocolite necrosante, doenças graves que apresentam alta taxa de morbimortalidade. Existem vários mecanismos que explicam esse efeito protetor: a melhor tolerância ao leite; a maturação da barreira da mucosa; a presença de constituintes como glutamato, nucleotídeos e fatores de crescimento; e inibidores de citoquinas pró - inflamatórias. Outro efeito importante de proteção do leite da própria mãe para o RNPT se faz através do sistema imunológico enteromamário, as mães expostas ao meio ambiente de unidades neonatais, podem induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos específicos contra patógenos nosocomiais da unidade, que posteriormente estarão presentes no leite e protegerão seus filhos.
Além das vantagens descritas anteriormente, com relação à utilização do leite da própria mãe para o RNPT, destaca-se, ainda a importância do contato pele-a-pele entre a mãe e o RNPT. Para as mães, o estresse causado pela hospitalização do RN pode afetar a manutenção da lactação. O contato pele-a-pele diminui a ansiedade materna e aumenta o volume de leite produzido. Por essa razão, é muito importante incentivar a mãe para que preserve a lactação. São descritas vantagens sobre o desenvolvimento neurológico em crianças que recebem leite de peito. Um dos fatores responsáveis, por um melhor desenvolvimento do sistema nervoso, é a presença de ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa, importantes na formação do tecido nervoso. Estes ácidos graxos estão presentes em altas concentrações no leite humano, contrastando com os leites de fórmulas.
Morley e Lucas(2000), publicaram estudo randomizado sobre a utilização de leite humano ou fórmula láctea em prematuros durante o período neonatal e sua influência sobre o crescimento até 7,5-8 anos de idade. Observaram que a evolução do peso, perímetro cefálico e prega cutânea foram melhores nos recém-nascidos que receberam fórmula durante o período neonatal quando comparados com aqueles que receberam leite humano. Porém estas diferenças já não foram observadas nos mesmos RNPT aos 9 meses de idade e aos 7,5-8 anos de idade. Além disso os índices de massa corpórea não diferiram entre os dois grupos de RNPT.
Portanto, além dos estudos prévios terem mostrado que o tipo de dieta pós-natal em prematuros tenha influência no desenvolvimento neurológico posterior, neste mesmo período, a dieta não influencia o crescimento e o conteúdo corpóreo de gorduras. Desta forma, baseando-se nos estudos podemos afirmar que uma boa nutrição neste período inicial da vida leva a efeitos benéficos no desenvolvimento a longo prazo, sendo um bom estímulo a uma atenção especial à nutrição do RNPT durante a sua hospitalização.

Características e composição do leite materno durante a lactação:

· Proteínas - Nas primeiras duas semanas, o leite de mães de prematuros oferece um maior conteúdo protéico em relação ao leite de mães de RN a termo (3,5 a 4,0 g/Kg/dia), considerando uma ingesta de aproximadamente 180 ml/Kg/dia. Este conteúdo diminui quando o leite se torna maduro (2,0 a 2,5g/Kg/dia) após duas semanas de lactação. A qualidade protéica do leite humano é apropriada para o RNPT devido à relação caseína/lactalbumina mais adequada; encontramos 30% na forma de caseína e 70% lactalbumina, enquanto que o leite bovino possui 82% de caseína. A fração albumina é digerida mais facilmente e promove esvaziamento gástrico mais rápido. Além disso, o maior componente a a-lactalbumina, é um dos componentes da síntese de lactose pela glândula mamária. Outros componentes importantes da fração protéica do leite humano são a lactoferrina, a lisozima e a IgA secretora, proteínas específicas para a defesa imunológica.
· Lipídeos - Os lipídeos do leite humano correspondem a 50% do teor
calórico do leite; sua estrutura é particularmente adequada aos RN de muito baixo peso. Além disso, a digestão e a absorção destes lipídeos é facilitada pela estruturação da gordura em glóbulos e pela composição de ácidos graxos (elevada em palmítico, oléico, linoléico e linolênico), pela distribuição na molécula de triglicerídeos e na presença da lipase no próprio leite cuja ação é estimulada pelos sais biliares. O leite humano contém ácidos graxos de cadeia longa como o ácido araquidônico e docosahexaenóico, derivados dos ácidos linoleico e linolênico, respectivamente, importantes constituintes dos fosfolípideos encontrados no tecido cerebral e nas membranas eritrocitárias; estão associados funcionalmente com cognição, crescimento e visão. O leite das primeiras 2 semanas contem um maior teor destes lipídeos em relação ao leite maduro sendo a adição de fortificantes nesta fase não vantajosa por poder romper esta emulsão.
O conteúdo de lipídeos varia aumentando ligeiramente com o decorrer da lactação e aumenta muito dentro de uma mesma mamada. O leite de início de mamada (fração solução) contem maior teor de elementos imunológicos e o de final de mamada contém maior teor gorduroso (fração emulsão). Quando em repouso, a gordura do leite se separa, a não ser que seja freqüentemente homogeneizada. A gordura ao se separar se adere ao frasco, sondas e seringas, com diminuição da oferta ao recém-nascido, sendo necessário evitar esta perda durante a dieta enteral com redução ao máximo de intermediários para a administração do leite ao RNPT.
· Hidratos de carbono -
O leite humano contém lactose e oligossacarídeos. A capacidade de absorção desta lactose pelo RNPT é superior a 90%. Os oligossacarídeos são polímeros de hidratos de carbono importantes para a defesa do organismo pois sua estrutura mimetiza receptores antigênicos bacterianos e protegem a mucosa da ação de bactérias.
·
Sódio e cloreto - A ingesta de sódio de 3 a 5 mEq/Kg/dia é suficiente para permitir um crescimento e manter os níveis séricos acima de 130 mEq/L em RN com peso inferior a 1500g e idade gestacional inferior a 34 semanas, durante as primeiras 4 a 6 semanas de vida. O conteúdo de sódio no leite humano é baixo após a segunda semana de lactação, e os níveis séricos deste íon devem ser monitorizados. É necessária a suplementação de 2 a 4 mEq/Kg/dia de cloreto de sódio, para estes RN, e 1,5 a 2,5 mEq/Kg/dia para RN entre 34 e 40 semanas gestacionais.
· Cálcio, fósforo e magnésio -
As necessidades em cálcio, fósforo e magnésio aumentam após a 34a semana de gestação devido à mineralização óssea. Recomenda-se, para RN com peso inferior a 2000g, 132 a 175 mg cálcio/100Kcal, 102 a 120 mg fósforo/100Kcal e 5 a 7 mg magnésio/100 kcal. O conteúdo de Ca e fósforo no leite humano é inferior a estes valores, tanto no colostro como no leite maduro. O conteúdo de magnésio é semelhante ao preconizado. O consumo de leite não fortificado pelo RNPT de muito baixo peso pode resultar em déficit na mineralização óssea, que é verificado por volta de 52 semanas pós-natais. Enquanto que a necessidade de suplementação protéica e energética pode ser prevenida com a ingesta de volumes aumentados de leite humano, a suplementação de cálcio e fósforo parece ser necessária aos RNs amamentados ou alimentados com leite humano. Os elementos citados apresentam melhor biodisponibilidade no leite humano do que nas fórmulas, mas mesmo assim até o momento acredita-se que sejam insuficientes em quantidade aos RN de muito baixo peso, até que se alcance o peso do termo (3 a 3,5 Kg).

· Componentes de defesa imunológica
-Imunoglobulinas: IgA (maior quantidade na forma secretora); IgM; IgG; IgD; IgE e complemento (C3/C4)
-Células: polimorfonucleares e mononucleares
-Lactoferrina: liga-se ao ferro e inibe bactérias e fungos
-Lisosima: ação bactericida
-Lactoperoxidase: oxidação de bactérias com atividade antimicrobiana - -Ácidos graxos: fator antiestafilococos e inativação de vírus
- - Oligossacarídeos:
fator de crescimento da flora bífida com ação protetora contra enterobactérias patogênicas.
Os estudos demonstram uma menor incidência de infecções em RN de muito baixo peso que recebem o leite humano em relação aos que recebem fórmulas. Esta defesa se deve principalmente à presença da IgA secretora e da lactoferrina. A flora intestinal desenvolvida também é fator de proteção com menor desenvolvimento de flora patogênica. Sabemos que a produção de IgAs pelo sistema imune mamário envolve a presença de anticorpos protetores que são produzidos no organismo materno e transferidos ao leite. A mãe produz anticorpos específicos após exposição a antígenos estranhos e nas superfícies mucosas são incorporados ao leite e transferidos passivamente ao organismo do recém-nascido. Após o nascimento de um RNPT, a sua mãe não deverá ficar separada dele, pois a promoção de um contato pele a pele com a criança, entre outras coisas, pode auxiliar nas suas defesas imunológicas contra patógenos hospitalares.
· Leite humano e desenvolvimento

Baseados no fato de que o leite humano contem fatores importantes para a maturação e o crescimento cerebral, vários autores, como Lucas A. et al, desenvolveram estudos de seguimento e mostraram diferenças nos índices de avaliação intelectual com melhores resultados em crianças que receberam o leite de sua própria mãe quando comparados com filhos de mães que não os amamentaram, ou com recém-nascidos que receberam fórmulas lácteas. Além dos ácidos graxos de cadeia longa já citados, o leite humano contém peptídeos biologicamente ativos, cujo papel pouco conhecemos, além de todo o estímulo mãe-filho, tão valorizado quando ocorre a amamentação(Morley e Lucas,1999).

· Leite humano de banco
O Banco de leite humano é um centro especializado, responsável pela promoção e incentivo ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite ordenhado de doadora para posterior fornecimento a recém-nascidos que não podem ser amamentados pelas suas próprias mães. O seu funcionamento está
regulamentado pôr normas do Ministério da Saúde e no Estado de São Paulo pela Vigilância Sanitária.
Um dos principais processamentos aos quais o leite de banco é submetido é a pasteurização. Existem vários estudos avaliando os efeitos da pasteurização sobre os componentes imunológicos e nutrientes do leite humano. Oxtoby,1988 resumiu várias pesquisas neste sentido de diferentes autores. Conforme o autor, o leite humano após pasteurização mantém uma porcentagem elevada de IgA secretora, IgG, lisozimas, e lactoferrina,fatores estes importantes para a proteção das crianças prematuras, uma vez que nenhum outro leite sequer contém traços destes elementos. Carbonare et al, 1996 avaliando os efeitos da pasteurização sobre colostro e leite maduro não observaram alterações na capacidade do leite inibir a aderência de E. coli enteropatogênica às células epiteliais intestinais humanas. Portanto o leite pasteurizado não tem apenas a função de nutrir, como pensavam alguns, tem também a de proteger as crianças que o recebem.
Em relação à composição de gorduras do leite de banco sabe-se que, se o leite for adequadamente processado e armazenado, haverá preservação de seu conteúdo e o valor calórico será adequado ao RNPT. A determinação da gordura presente no leite é importante pois ela é a principal fonte de energia para os recém-nascidos. Para tanto realiza-se a técnica do crematócrito, método simples cujo resultado é considerado como parâmetro de energia do leite da doadora, podendo-se obter resultados da ordem de 60 a 95Kcal/100 ml de acordo com o momento da coleta ao longo da mamada.
· Aditivos do leite humano (Fortificantes)
Nos recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP), a utilização de leite humano da própria mãe ou de banco pode ser insuficiente para suprir as necessidades em sódio, cálcio e fósforo, particularmente após a segunda semana de vida, o que acarretaria posteriormente uma mineralização óssea insuficiente(Shanler et al,1995).
Cerca de 200 ml de leite humano por Kg de peso são necessários para fornecer ao RNMBP as necessidades energéticas diárias. O uso do leite humano exclusivo apresenta algumas limitações pela capacidade da mãe em promover um suprimento adequado, capacidade gástrica do recém-nascido e pelas conseqüências indesejáveis da sobrecarga hídrica.
Por estas razões é prática comum alimentar o RNMBP com leite humano fortificado. A suplementação preserva as virtudes essenciais do leite humano e pode ser feita por diferentes técnicas. Uma das possibilidades é a utilização do próprio leite humano desidratado ou partes dele, entretanto não é prática comum, devido às dificuldades em se obter volumes grandes de leite para tais preparações. Muitos dos fortificantes disponíveis são obtidos do leite de vaca ou de hidrolisados de proteína, portanto o perfil de aminoácidos nestes casos é diferente do obtido com o leite humano, apesar de fornecer uma proporção maior de proteínas e minerais(Metcalff et al,1994). Vários estudos tem avaliado e comparado grupos de RNMBP que receberam leite humano fortificado com os que receberam fórmulas para prematuros, com resultados semelhantes em relação a ganho em peso, altura e perímetro cefálico. Entretanto o leite materno, sempre que presente, deve ser priorizado e a sua fortificação é uma prática desejável e leva a bons resultados. Existem relatos de maior ocorrência de intolerância gástrica com as preparações disponíveis no mercado, com a redução da concentração do produto no leite os RN toleram melhor a sua administração(Shanler et al,1999)
Concluindo, segundo a literatura a melhor prática parece ser a associação de um manejo apropriado da lactação com técnicas de banco de leite para que se eleve o conteúdo de gorduras do leite, gordura essa de origem endógena, com melhora do ganho de peso das crianças, melhor absorção de cálcio a nível intestinal e com suplementação a base de fortificantes do leite humano. Para prematuros com idade gestacional inferior a 34 semanas e peso superior a 1500g, está indicado o leite humano não fortificado em volume de 180 a 200 ml/Kg/dia.

COLETA , ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DO LEITE DE MÃE DE PREMATURO ( LMPT )

Estimular a coleta do leite de mães de recém-nascidos prematuros surge como um recurso que permite a manutenção da lactação e o aleitamento adequado destes neonatos. É preciso que o leite coletado apresente o mínimo de contaminação bacteriana, para que mantenha sua qualidade microbiológica, assegurando as características responsáveis pelo valor biológico do leite e a segurança do recém-nascido. O armazenamento deve ser realizado de forma que sejam preservados seus nutrientes, mantendo sua qualidade. Diferentes formas de estocagem são possíveis: refrigeração com temperatura entre 0º C e 4º C, congelamento em temperaturas inferiores a 20º C, com ou sem pasteurização. A técnica mais conveniente para a conservação do leite a longo prazo é o congelamento, pois preserva imunocomponentes como IgG, IgA, lactoferrina e lisozima, além de inibir a atividade de crescimento bacteriano no leite fresco. O processamento apesar de poder levar à redução de imunobiológicos, é o melhor método para preparar o leite a ser estocado por longos períodos de tempo (maiores que 15 dias) além de torná-lo mais seguro para aleitamento cruzado (leite para outro RN que não o filho da própria mãe). Para a alimentação de RNPT de muito baixo peso, o ideal é armazenar o leite humano em alíquotas de pequeno volume para evitar o desperdício no descongelamento.

SITE:http://www.nutricaoclinica.com.br/co

Problemas respiratórios dos bebês prematuros

O pulmão é um dos últimos órgãos a se formarem, por isso quanto mais prematuro o bebê maior deverá ser a atenção com doenças respiratórias. A seguir são descritos alguns problemas respiratórios comuns, assim como os tratamentos que o bebê poderá receber na UTI neonatal.

Apnéia - Normalmente um bebê muito pequeno respira irregularmente. Por exemplo, pode fazer várias respirações curtas, parar de respirar durante alguns segundos e, em seguida, começar a respirar outra vez em cadência regular. Se uma pausa na respiração durar mais de 15 a 20 segundos, será denominada apnéia. Um episódio de apnéia é habitualmente tratado com uma fricção ligeira ou com batidas leves no braço ou na perna, para "lembrar" ao bebê que ele tem que respirar. Se o bebê tiver vários episódios, pode ser que o médico recomende a administração de uma quantidade extra de oxigênio ou um medicamento que promova a respiração regular.

Escapes de ar - Poderá ocorrer um "escape de ar" nos pulmões do bebê. Isso acontece quando um ou vários alvéolos se rompem e deixam que o ar escape para as áreas circundantes do tecido pulmonar. O escape de ar ocorre essencialmente em bebês cujos pulmões ainda não se encontram completamente desenvolvidos.

Displasia broncopulmonar ou doença pulmonar crônica - Os bebês que sofrem de complicações pulmonares, como a síndrome do desconforto respiratório (SDR), ou os bebês que são muito pequenos e necessitam de oxigênio e de um respirador, podem estar sujeitos a contrair displasia broncopulmonar (DBP). Como resultado, chega pouco oxigênio aos tecidos. O tratamento geralmente inclui suporte respiratório constante e uma boa nutrição com aporte complementar de calorias para o crescimento, evitando o excesso de líquidos no sistema do bebê e medicação. Com o tempo e com os cuidados constantes, os bebês com displasia broncopulmonar superam normalmente os seus problemas pulmonares.

Síndrome do desconforto respiratório (SDR) - A SDR é também conhecida como doença da membrana hialina. Essa condição é muito comum entre os bebês prematuros, cujos pulmões ainda não estão completamente desenvolvidos. Os pulmões imaturos não produzem todo o surfactante que o pulmão precisa para funcionar adequadamente. Esta substância lubrifica e reveste os pequenos sacos de ar nos pulmões permitindo que estes se abram e se fechem. Se este funcionamento não ocorrer naturalmente, os pulmões não podem absorver o ar nem fornecer o oxigênio necessário à corrente sanguínea. Muitos bebês prematuros são tratados com a aplicação, diretamente nos pulmões, de uma substância surfactante, logo após o nascimento. Esse medicamento complementa o próprio surfactante do bebê, ajudando a aliviar os sintomas de SDR.

A síndrome do desconforto respiratório (SDR), ou doença da membrana hialina, é um distúrbio respiratório que afeta particularmente os recém nascidos prematuros. É resultado da imaturidade pulmonar por deficiência e inativação do surfactante pulmonar, uma substância produzida nos espaços alveolares e que tem a capacidade de impedir o fechamento dos alvéolos durante a expiração fazendo com que as suas paredes não se juntem.

A SDR ocorre em todos os lugares do mundo e é duas vezes mais freqüente em recém nascidos do sexo masculino em relação ao sexo feminino. Pode ocorrer particularmente no recém nascido prematuro, sendo sua incidência e gravidade inversamente proporcional à idade gestacional.

Os pulmões do recém-nascido geralmente não são simplesmente versões menores dos pulmões dos adultos. Especialmente quando consideramos o recém nascido prematuro, os problemas respiratórios acontecem num cenário de desenvolvimento incompleto do funcionamento do aparelho respiratório.

O desenvolvimento dos alvéolos começa na semana 37 e continua após o nascimento, acompanhando o crescimento da criança. Por isso mesmo, quando a criança nasce antes das 37 semanas de gestação o quadro pode se mostrar mais delicado.

Quando o bebê prematuro apresenta sintomas de dificuldade respiratória, geralmente ele é tratado imediatamente após o nascimento. O quadro pode se agravar nas primeiras 24 a 72 horas de vida. Após esse período, normalmente ocorre melhora espontânea da doença.

Sintomas geralmente exibidos pelos recém-nascidos com SDR:

- Taquipnéia (aumento da freqüência respiratória)

- Batimento das asas do nariz

- Cianose (arroxeamento) de extremidades

- Tiragens intercostais (retração dos músculos situados entre as costelas durante a inspiração)

- Gemido expiratório

- Edema (inchaço)

- Na ausculta pulmonar, nota-se diminuição dos ruídos pulmonares



Fatores que podem aumentar o risco da ocorrência da SDR:

- Prematuridade

- Recém-nascido do sexo masculino

- Raça branca

- Parto através de cirurgia cesariana

- Diabetes gestacional*

- Segundo gemelar**

- História familiar de SDR





*Diabetes gestacional é um tipo de diabetes que pode se manifestar na gravidez e pode acarretar uma série de problemas para o feto.

**Numa gravidez gemelar, chamamos de segundo gemelar a criança que nasce em segundo lugar.

Infecção por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - O VSR é um agente sazonal que surge normalmente entre o outono e a primavera. A infecção originada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de doenças do trato respiratório inferior em bebês prematuros até 01 ano de idade. Pode causar apnéia, bronquiolite e pneumonia. Os bebês prematuros são particularmente suscetíveis à infecção grave causada pelo VSR em virtude de seus pulmões estarem fracos, seu sistema imunológico pouco desenvolvido e de haver ausência de anticorpos maternos contra o VSR, que são normalmente transferidos da mãe para o bebê através da placenta nos últimos meses de gravidez.

É altamente contagioso e pode ser uma doença potencialmente grave para os bebês prematuros. É possível prevenir o desenvolvimento de infecções originadas pelo VSR. Pergunte ao seu médico sobre o melhor método para isso.

O VSR é um vírus respiratório muito comum que pode infectar bebês, crianças e até mesmo adultos. As infecções originadas pelo VSR tendem a se registrar em determinadas épocas do ano (do outono à primavera e durante a época de chuvas nas zonas com clima tropical). A infecção propaga-se através dos espirros e da tosse (e por meio do contato de crianças com superfícies infectadas, colocando em seguida os dedinhos na boca, nariz ou olhos).

Os sintomas associados ao VSR surgem normalmente sob a forma de um resfriado: febre baixa, nariz escorrendo e infecções dos ouvidos. Após três/cinco dias, os sintomas podem piorar a medida que o vírus se propaga para o trato respiratório inferior, e incluem: tosse, dificuldade para respirar, respiração rápida e chiados.

Alguns bebês apresentam risco elevado de contrair doenças graves originadas pelo VSR. Os bebês prematuros e os bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia congênita são mais suscetíveis a contrair infecções do trato respiratório inferior. Para alguns bebês, o VSR pode ser fatal. É por essa razão que é tão importante proteger o bebê contra o VSR.

Os bebês prematuros nascem sem que seu sistema imunológico esteja completamente desenvolvido e também não recebem anticorpos contra o VSR em quantidades adequadas através da placenta. Além disso, possuem normalmente pulmões pouco desenvolvidos, que são mais suscetíveis a contrair infecções. Estas são as razões que tornam estes bebês mais vulneráveis ao VSR.

Existem dois tipos de medicação para o VSR:

- Medicação para tratar os sintomas depois que o bebê já apresenta uma infecção;

- Medicação para prevenir que o bebê seja contaminado com a doença

Depois que o bebê desenvolve uma doença originada pelo VSR, ele só pode receber medidas de suporte enquanto a doença segue seu curso. O tratamento de infecções graves originadas pelo VSR pode incluir hospitalização, suplemento de oxigênio, broncodilatador, ventilação mecânica, líquidos intravenosos e, eventualmente, uma medicação antiviral conhecida como ribavirina. O tratamento é um processo que pode durar semanas.

A melhor proteção para o bebê é a prevenção destas infecções. Não existe ainda uma vacina que proteja os bebês do VSR. No entanto, existe um novo medicamento, chamado palivizumabe, que proporciona proteção com anticorpos semelhantes àqueles que os bebês de gestação completa recebem das mães.

O palivizumabe pode prevenir as infecções graves originadas pelo VSR, assim como seus efeitos: dificuldade respiratória e hospitalização.

A administração mensal de uma injeção intramuscular de palivizumabe durante a época do VSR reduz à metade o risco de hospitalização causada pelo VSR. Pergunte ao pediatra se o seu bebê deve receber este medicamento.

É importante seguir algumas dicas de proteção:

- Vestir o bebê para protegê-lo do frio e das condições climáticas

- Brinquedos, roupa de cama e a própria cama do bebê devem protegidos do frio

- Consultar o pediatra e seguir o calendário de vacinação

- Redobrar a atenção em relação à higiene do bebê e das pessoas que lidam com ele

- Pessoas que tenham sintomas claros de resfriado devem manter distância, por segurança, do bebê

- É recomendável que o bebê seja mantido afastado de ambientes com fumaça de tabaco ou de qualquer outro tipo

- Adquirir informações sobre as possibilidades de prevenção.



Site: http://www.prematuro.com.br