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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Seu bebê é muito especial (parte 2)



Na maternidade durante a internação de meu bebê, ouvi muito dos profissionais da UTI neonatal que meu prematuro era especial, muito especial era o que eu ouvia dos residentes, da equipe de enfermagem e dos demais colaboradores. Mas essa não era, ao contrário do que se pode pensar uma fala a fim de tranquilizar-me como mãe precoce e preocupada que havia me tornado, mas sim era uma maneira carinhosa que estes profissionais encontravam de despertar-me para as necessidades especiais e os cuidados que eu deveria tomar ao levar o meu pequeno para casa.
Quando estava próximo o fato de que meu bebê receberia a tão esperada alta, ouvi bastante esse termo "mãezinha, seu bebê é muito especial" que aos meus ouvidos já não soava como conforto, mas entendia " seu bebê é frágil, é delicado e vai precisar de toda a sua atenção". Estes profissionais me despertaram para o fato de que a jornada "especial" e diferente do meu pequeno estava só no começo.
Agradeço a estes profissionais que me impertigaram para tais necessidades tão importantes para o prematuro, quero compartilhar com você essas informações:

A Alta
O bebê recebe alta quando está se alimentando bem e ganhando peso, sem outros incidentes. Isso pode acontecer mais ou menos quando chegar ao que seria a 36a semana de gestação, ou ele pesar pelo menos 1,75 quilo. Se ele tiver nascido antes de 30 semanas, entretanto, pode ser que só volte para casa na época da data prevista para o parto, ou até mais tarde.

É emocionante finalmente levar o bebê para casa, depois de tanta espera. Mas um bebê que tenha passado algum tempo na unidade de tratamento intensivo pode parecer bem frágil, e é normal que os pais fiquem preocupados e temerosos. Sempre que tiver dúvidas, vale a pena procurar a equipe da maternidade ou o pediatra para receber mais orientações e até um treinamento para levar o bebê para casa.

A Alimentação
A amamentação é a melhor fonte de nutrientes para o bebê. Dê o peito sempre que seu filho quiser, e acorde-o para mamar se ele estiver dormindo há mais de quatro ou cinco horas, durante a noite. O neném vai precisar das mamadas noturnas para recuperar o tempo perdido.

É normal que a criança passe algum tempo no peito só olhando para você, ou "treinando" o movimento de sucção. Com isso, ela estimula a produção de leite, e vocês vão poder aproveitar a tranquilidade de estar em casa, e não no ambiente do hospital.

A recomendação oficial do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que todos os bebês sejam amamentados exclusivamente no peito até os 6 meses, e que depois disso o leite materno seja mantido na alimentação até os 2 anos ou mais. Para prematuros, isso é ainda mais importante, portanto vale a pena um esforço extra para manter o aleitamento pelo máximo de tempo possível. O pediatra poderá orientá-la caso você precise voltar a trabalhar.

Oxigenoterapia domiciliar - Alguns bebês podem precisar receber oxigênio ainda em casa. Se for o caso do seu filho, você receberá informações dos profissionais do hospital sobre o equipamento.

Visitas
Faça o máximo para não expor o bebês a infecções. Peça aos amigos e parentes que não façam visitas ao bebê se estiverem resfriados, com tosse ou com qualquer tipo de infecção. Se mesmo assim eles vierem, evite que peguem o bebê no colo. Esse cuidado é especialmente importante se a criança não estiver sendo amamentada, já que o leite materno ajuda a proteger o bebê de infecções.

Segurança do bebê
Há várias providências para reduzir ao mínimo o risco de morte súbita:
• Não superaqueça o bebê na hora de dormir. Evite o excesso de roupas.
• Só use mantas e cobertores abaixo da linha da axila, para que o bebê não se enrole neles.
• Ponha o bebê para dormir de barriga para cima.
• Não deixe seu prematuro pular mamadas durante a noite (siga a orientação do pediatra).
• Não deixe ninguém fumar na sua casa.

Cuidados com você mesma...
Trazer um recém-nascido para casa já não é fácil, com todas as adaptações ao seu novo papel de mãe e à nova dinâmica doméstica. No caso de um prematuro, a dificuldade aumenta, por isso talvez você precise de ajuda.

Não vai sobrar tempo para muita coisa

Bebês prematuros levam mais tempo para diferenciar o dia da noite, principalmente se ficaram internados na unidade de terapia intensiva, e precisam mamar com mais frequência.

Isso significa que você vai ter de administrar mamadas a toda hora e padrões imprevisíveis de sono, e conciliar tudo isso com as outras tarefas da casa e possivelmente outros filhos (além da sua necessidade biológica de sono!).

Você vai precisar de ajuda e de apoio

Com a vida corrida de hoje em dia, as famílias já não contam com tanto apoio de parentes como antigamente. Se você não tiver parentes que morem perto, aceite a ajuda de amigos. Mães de crianças pequenas serão especialmente compreensivas nessa fase.

Adote precauções extras na hora de contratar uma babá ou de deixar seu prematuro com alguém, pelo menos enquanto ele for bem pequeno. Sempre que for sair, deixe um número de telefone onde possa ser encontrada e o telefone do médico.

Boa Sorte a todos os pais!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Prematuros podem precisar de cuidados extras na infância


Um terço dos bebês nascidos entre a 29ª e 33ª semanas de gestação ainda precisam de cuidados especiais no quinto ano de vida, sugere um estudo francês publicado pela revista especializada Lancet.

A gestação completa deve chegar a 40 semanas, e já é sabido que o nascimento muito prematuro pode levar a problemas físicos ou dificuldades de aprendizado na infância. O estudo, porém, mostra que mesmo alguns bebês nascidos aos sete meses de gestação ainda têm necessidades especiais.

Segundo a organização britânica Bliss, de assistência a prematuros e a pais de prematuros, o estudo mostra a necessidade de um bom acompanhamento médico para os prematuros.

Em 2005, 210 mil bebês nasceram com menos de 37 semanas de gestação no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. As taxas de sobrevivência são cada vez mais altas, com os avanços tecnológicos, o que levanta questões sobre os problemas de desenvolvimento.

Custos
Os pesquisadores da Unidade de Pesquisa Inserm sobre Saúde Perinatal e Saúde da Mulher, em Villejuif, na França, e da Universidade Pierre et Marie Curie - Paris compararam o desenvolvimento de 1,8 mil bebês nascidos antes de 33 semanas de gestação e 400 bebês nascidos na data esperada.

O chamado estudo Epipage (Estudo Epidemiológico sobre Baixas Idades Gestacionais, na sigla em francês) avaliou as crianças aos cinco anos de idade, examinando a saúde física e por meio da aplicação de testes de memória e compreensão.

A deficiência foi medida em três graus - severo, moderado e menor - e os índices foram mais altos entre os bebês nascidos antes de completar 28 semanas de gestação, afetando 49% - ou 195 bebês.

Mas o número real de crianças com deficiências foi mais alto entre as crianças nascidas entre 29 e 33 semanas de gestação - 441 ou 36% dos bebês.

Os pesquisadores encontraram um padrão semelhante no uso de serviços de saúde especializados, como fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional ou centros de atividades para as crianças com deficiências mais severas.

Os recursos são usados por 42% das crianças nascidas entre a 22ª e a 28ª semana de gestação, mas por apenas 31% das crianças nascidas entre a 29ª e a 33ª semana, em comparação a 16% das crianças nascidas no período normal de gestação.

Necessidade de apoio
Os autores do estudo afirmam que "os resultados levantam questões sobre saúde e serviços de reabilitação, e o custo desses serviços para as famílias e sociedades".

"Mais pesquisas são necessárias para identificar as melhores e mais eficientes intervenções no desenvolvimento inicial para melhorar a prognose funcional de deficiências motoras."

"Ao crescer, as crianças com deficiências cognitivas vão ter dificuldades na escola e vão precisar de ajuda ou educação especial", diz o estudo.

Mas os autores afirmam que são necessárias novas pesquisas sobre que intervenções podem ajudar o aprendizado e compreensão das crianças a medida que elas se desenvolvem.

A médica Mary Jane Platt, especialista em saúde pública da Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha, disse que o nível de deficiência é importante, mas acrescentou: "Há um grupo significativo que apresenta algum tipo de dificuldade cognitiva que não é necessariamente uma deficiência".

"Nós precisamos saber mais como essas dificuldades afetam essas crianças e como dar apoio a elas."

Ela acrescentou que "o estudo nos lembra que as crianças nascidas antes de 33 semanas precisam de cuidado e apoio que vai muito além da 'alta' da unidade de terapia neonatal".

Uma porta-voz da organização Bliss disse que o fato de que 61% dos bebês prematuros não apresentaram nenhuma deficiência é encorajador, mas que o estudo enfatiza a necessidade do acompanhamento das crianças.

BBC Brasil

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sábado, 22 de novembro de 2008

Seu bebê é muito especial


Começa agora para vocês um processo novo e desconhecido. O seu bebê precisa de cuidados especiais e, por isso, foi colocado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal.

É natural que momentos como esse provoquem ansiedade, medo e insegurança. Assim, procuramos reunir neste folheto informações básicas sobre o atendimento que o seu filho está recebendo. Nele, vocês também encontrarão explicações úteis sobre os recursos materiais e humanos que vão permitir uma observação rigorosa e uma assistência altamente especializada para o bebê.

Isso também significa que o seu bebê assim que receber alta será um pouco diferente dos demais nascido no termo, pois não poderá receber visitas, deverá conviver apenas com os pais de preferência, não poderá ficar ambientes que podem acumular poeira, não poderá ir a ambientes públicos, deve evitar mamar no trânsito entre outros muitos cuidados. Começa aí um grande desafio, principalmente para algumas pessoas que não compreenderão tais cuidados, julgando tais atitudes como cuidado excessivo, mas só uma mãe cuidadosa que viveu a turbulência de uma internação com seu filho prematuro saberá reconhecer a necessidade de guardar tais cuidados.

Preparando para a alta

O momento tão esperado da alta está se aproximando. A alegria de, finalmente, poder levar seu filho para casa e viver intensamente todos os seus momentos é única. Algumas coisas fundamentais seu filho deve ser capaz de fazer para poder ir para casa. Isso pode variar um pouco dependendo de cada UTI, mas de uma maneira geral ele deverá:

Ter um peso em torno de 2000 a 2200g idade gestacional maior que 34 semanas

Conseguir sugar toda a dieta

Não estar dependente de oxigênio

Estar respirando sem dificuldade

Estar há uma semana sem apnéias

Mas é comum que, em meio a toda esta felicidade, algumas dúvidas e ansiedades apareçam. É fundamental que vocês as esclareçam e estejam totalmente seguros para ir para casa e cuidar de seu bebê. Saibam que vocês são as pessoas que melhor podem compreendê-lo e atender às suas necessidades. Por isso, tirem todas as suas dúvidas com a nossa equipe médica e de enfermagem. Estaremos prontos para melhor responder às suas perguntas, auxiliá-los nos cuidados de higiene (troca de fraldas, banho, limpeza do coto umbilical ...), posicionamento, amamentação e etc. Algumas destas respostas podem estar aqui. Outras, é melhor que vocês entrem em contato com a nossa equipe ou com o pediatra do seu filho.

Perguntas depois da alta

QUANDO DEVO LEVAR MEU BEBÊ AO PEDIATRA?
Você deve ver o médico de seu bebê dentro de 2 semanas após a alta.

PARA QUEM EU POSSO PERGUNTAR SE EU TENHO UMA DÚVIDA DEPOIS QUE MEU BEBÊ RECEBEU ALTA?
O médico de seu bebê irá querer atendê-lo se você tiver qualquer dúvida.
Você também pode contactar a UTI NEONATAL onde seu bebê ficou as últimas semanas ou meses.

Sair de Casa e Visitas

QUANDO EU POSSO SAIR DE CASA COM MEU BEBÊ?
Evite sair de casa para ambientes fechados nos primeiros 3 meses após a alta da UTI neonatal. Quando você sair com ele, deve evitar ambientes muito cheios de pessoas onde pode haver resfriados ou outras doenças. Alguns destes lugares podem ser:
Igrejas
Escolas/creches de crianças mais velhas
Aniversário de crianças
Passeios em ambientes abertos como praias, calçadas e jardins podem ser feitos, mas prefira os horários pela manhã e evite períodos longos.

EU DEVO PERMITIR VISITAS NA MINHA CASA?
Quando seu bebê for para casa, muitos pessoas vão querer visitá-lo. Algumas coisas você deve ter em mente:
Não permita que pessoas com resfriados ou gripes visitem o seu bebê

Seu bebê prematuro irá ser mais sensível a estímulos. Por isso muitas visitas significa muito barulho. E isso deve ser evitado

Você pode limitar o número de pessoas que visitem de uma vez e limitar a duração da visita

Não deixe as pessoas beberem líquidos quentes ou fumar segurando o bebê ao mesmo tempo

COMO EU POSSO LIDAR COM A REAÇÃO DAS PESSOAS POR MEU BEBÊ SER PREMATURO?
Pessoas podem responder com surpresa ou preocupação sobre o tamanho do seu bebê. Elas podem sentir medo de segurar o bebê por receio de "quebrá-lo". Isto é uma reação comum e elas irão precisar de sua segurança de que isto não é perigoso para o bebê.

Temperatura do ambiente e como vestir o Bebê

COMO DEVO MANTER A TEMPERATURA DA MINHA CASA?
Uma baixa a média temperatura é quente o suficiente se o bebê estiver vestido adequadamente.

COMO EU DEVO VESTIR MEU BEBÊ?
Você deve vestir o seu bebê como você está vestida para o tipo de dia e uma quantidade parecida de atividade (geralmente dormindo ou quieta). A melhor maneira de saber se seu bebê está vestido adequadamente é olhando e tocando sua pele.
Se as mãos de seu bebê estiverem frias, azul ou pálidas, você deverá colocar meias, luvas ou mais um cobertor/peça de roupa.
Se seu bebê parece inquieto e sua pele está vermelha, tire uma peça de roupa ou um cobertor.
Quando seu bebê estiver dormindo, acrescente um cobertor.

Se essas coisas não fizeram difererença e seu bebê continua desconfortável, verifique sua temperatura; seu bebê pode estar doente.

O sono

COMO SABER SE MEU BEBÊ ESTÁ DORMINDO O TEMPO CERTO?
Os bebês prematuros podem parecer dormir por um longo período inicialmente. Eles devem acordar com uma certa regularidade para mamar. Na época da alta, seu bebê já terá desenvolvido uma rotina de sono.

Seu bebê troca o dia pela noite? É melhor minimizar o estímulo durante o momento de amamentação da noite. Algumas formas de você fazer isto são:
Usar a luz noturna somente quando for amamentar o bebê
Trocar o bebê antes dele mamar
Falar muito pouco e muito suavemente no momento em que estiver amamentando

A adaptação ao ambiente da casa depois do ambiente ruidoso da UTI NEONATAL pode ser difícil para alguns bebês. Algumas sugestões para ajudar seu bebê a fazer esta transição mais facilmente são:
Mantenha luzes reduzidas
Coloque uma música suave para tocar

Banhos

QUAL A FREQUÊNCIA COM QUE DEVO DAR BANHO NO MEU BEBÊ?
O banho deverá ser dado, pelo menos 1 vez por dia e de preferência na parte da manhã.

EU DEVO LAVAR O ROSTO DO MEU BEBÊ?
O rosto do seu bebê deve ser lavado todos os dias com uma água morninha. Tenha atenção com as pregas sobre suas bochechas onde o leite pode ficar coletado. A maioria dos bebês não gostam de ter seus rostos lavados e irão "reclamar". O melhor é lavar um lado da face de cada vez para não cobrir todo o rosto de uma só vez.

COMO LIMPAR O NARIZ DO MEU BEBÊ?
Limpar as narinas com um pano suave irá geralmente ajudar a remover o excesso de secreção. Se você tem uma seringa de aspiração (perinha) certifique-se de que você empurrou o ar de dentro dela antes de inserir sua extremidade dentro da narina do bebê. Assim você não colocará nenhum ar dentro de sua narina.

COISAS PARA LEMBRAR QUANDO FOR DAR BANHO NO BEBÊ:

Certifique-se da temperatura da água

Nunca deixe seu bebê sozinho para pedir algum objeto ou atender o telefone ou a porta

Lave as pregas do pescoço

Observe alguma alteração na pele do bebê

Óleos, loções e talcos não são recomendados para usar no bebê

Lembre-se de lavar a face e as mãos de seu bebê diariamente

Boa sorte!

Escrito e postado por Katyucha Ramos Calassa

AS DÚVIDAS MAIS FREQUENTES DOS PAIS DE PRÉ-TERMOS

O Ambiente Físico

No ambiente físico da UTI NEONATAL existem muitos equipamentos sendo usados e muitas pessoas ao redor do bebê. Em geral o bebe prematuro necessita de aquecimento e estará em um berço de calor radiante ou em uma incubadora. O ambiente costuma ter muito barulho e muita luz. Em alguns momentos luminosidades mais intensas são necessárias para alguns procedimentos, mas na maior parte do tempo reduções na luminosidade poderão ser feitas. O barulho se deve a monitores, motores de incubadoras e falas de pessoas. Estes ambientes com muita luz e com muito barulho podem ser desconfortáveis para o bebe. Além disto alguns tratamentos podem estressar ou causar dor a ele (aspiração de secreções, colher sangue para exames, puncionar veias, fazer radiografias e ultrassom etc). Estes tratamentos podem significar que os bebês estão sendo incomodados muitas vezes ao dia, interrompendo seu sono. Para os bebês muito pequenos, apenas o manuseio nos cuidados do dia-a-dia (trocar a fralda, alimentar...) pode incomodar.

O ambiente físico pode ser modificado da seguinte maneira para que se torne mais adequado ao conforto do bebê:
Reduzindo a quantidade de som
Reduzindo a quantidade de luz
Dando maior atenção no posicionamento do bebê
Fazendo tratamentos menos estressantes
Reduzindo o número de vezes em que o bebê é incomodado

SOM: POR QUE O SOM RUIDOSO É UM PROBLEMA?
O som ruidoso é um problema porque:
1. ele pode lesar o ouvido do bebê e causar perda da audição
2. o bebê se sente estressado

O som do motor da incubadora é a um nível (55-60 decibéis) confortável para os adultos. Se o bebê tem algum equipamento respiratório ( ventilação mecânica, CPAP ) ele faz ainda mais barulho. Outros sons têm níveis mais altos que tornam os adultos incomodados (75-85 decibéis).
Sons agudos ou graves podem chegar a 100-200 decibéis, lesando as células do ouvido. Sons graves ou agudos podem causar alterações fisiológicas (alta frequência cardíaca, respiração acelerada, apnéia, queda no nível de oxigênio). Eles também podem acordar o bebê e perturbar seu sono.

COMO O NÍVEL DE SOM PODE SER REDUZIDO?
O nível de som pode ser reduzido falando mais baixo, fechando as portas e portinholas da incubadora calmamente, não apoiando objetos em cima da incubadora, diminuindo os alarmes dos monitores/toque dos telefones e desligando o rádio.

ALGUNS SONS SÃO ÚTEIS?
O som que parece atrair o prematuro é o som da voz humana, especialmente a da mãe. Fazer uma fita gravada com sua voz ou ler uma história para seu bebê pode ser uma maneira de acalmá-lo. Tenha em mente, entretanto que, algumas vezes qualquer som extra pode perturbar os prematuros. É importante olhar para seu bebê enquanto ele ouve a fita para ter certeza de que ele/ela está gostando do som naquele momento.

LUZ: POR QUE A LUZ É UM PROBLEMA?
A luz é um problema porque:
1. O brilho da luz pode causar lesão nos olhos
2. Luz constante pode perturbar os ritmos do corpo

Estudos feitos com animais mostram que luz brilhante pode lesar as células dos olhos. Prematuros são de maior risco para desenvolvimento de Retinopatia da prematuridade, uma alteração nos olhos que pode levar a perda de visão. Embora ainda não esteja provado, a luz nos olhos pode aumentar o seu risco.

Níveis constantes de luz podem lentificar o desenvolvimento normal do ciclo sono-vigília. Prematuros que estão em UTIs que diminuem a luminosidade à noite avançam mais rapidamente no seu ciclo de sono-vigília. Isto significa que eles começam a gastar mais tempo durante cada período do sono no sono profundo, e menos tempo no sono leve.

COMO PODE SER REDUZIDA A QUANTIDADE DE LUZ QUE ATINGE MEU BEBÊ?

Incubadoras podem ser cobertas para bloquear a luz que estaria atingindo seu bebê. Colocar um lençol em cima da incubadora é a maneira mais fácil de fazer isso. Podem ser cobertas também, as laterais da incubadora. Com os atuais monitores de frequência cardíaca, respiratória e oxigenação disponíveis, o médico sabe como está o seu bebê mesmo com a incubadora coberta.

Quando as luzes são diminuídas, procedimentos que necessitem de luz extra podem ser feitos com uma luz adicional ao lado do leito do seu bebê (uma lâmpada ou spot). O médico tentará ser o mais rápido que puder quando uma luz desta precisar ser usada.

Se uma fototerapia está sendo usada, uma máscara especial irá ser colocada para cobrir os olhos do seu bebê.

Em muitas UTIs NEONATAIS, um "tempo de silêncio" é garantido durante o dia, quando luzes são diminuídas por algumas horas e seu bebê não é perturbado, a menos que algum procedimento seja realmente necessário.

Em algumas UTIs, as luzes são diminuídas à noite. Isto ajuda a começar um padrão de sono dia/noite e alterações hormonais e de temperatura. A luz reduzida à noite também fornece uma proteção extra da alta luminosidade necessária para as atividades durante o dia.

Equipamentos usados nas UTIs



Os Equipamentos

O QUE SÃO ESTES FIOS E TUBOS CONECTADOS AO MEU BEBÊ?
Os monitores fornecem aos médicos e enfermeiros importantes informações continuamente. Tanto quanto possível estes monitores são indolores (conectados do lado de fora da pele). Seu bebê irá ter alguns, porém provavelmente não todos dos seguintes:

Monitor cardiorrespiratório
Este é algumas vezes chamado de monitor cardíaco. Estes adesivos com fios conectados a eles são colocados no tórax, abdome, braços ou pernas. Os fios vão até os aparelhos que mostram a frequência cardíaca, frequência respiratória e problemas respiratórios.

Oxímetro de pulso
O oxímetro de pulso continuamente mede o oxigênio do sangue do bebê. Existe uma luz que é conectada na palma da mão, pé, dedo ou punho do bebê por uma peça elástica/adesiva. Um fio vai até a máquina que mostrará a quantidade de oxigênio carregado pelas hemácias no sangue do bebê. Este pode ser uma parte do monitor cardiorrespiratório ou um monitor separado.

Monitor de pressão sanguínea
A pressão sanguínea pode ser mensurada periodicamente por um pequeno cuff colocado ao redor do braço ou perna do bebê, ou pode ser medida continuamente se o bebê tiver um cateter dentro de uma de suas artérias.

Sensor de temperatura
Será colocado na pele do bebê e coberto com uma fita adesiva e irá medir a temperatura do bebê. Esta informação é utilizada para ajudar a controlar a quantidade de calor da incubadora.

IV (Infusão intravenosa)
Isto é uma agulha ou pequeno tubo que é colocado dentro de um das veias do bebê. É usada para fazer líquidos , medicações e nutrientes para o bebê. Locais comuns para veias são mãos, pés, braços e pernas. Na medida do possível evitamos o couro cabeludo, para que não seja necessário cortar o cabelo do bebê. Mas se for necessário, é melhor usá-lo do que submeter o bebê a repetidas punções que são dolorosas.

Cateter arterial ou venoso umbilical
Este é um tubo fino colocado dentro da artéria ou veia umbilical do bebê. Além de administrar líquidos, medicações e nutrientes, sangue pode ser colhido sem dor, para exames laboratoriais.

CPAP
È uma pronguinha colocada no nariz para que o oxigênio ou ar seja liberado sobre uma pequena quantidade de pressão. Fornecimento de oxigênio sob pressão ajuda a manter os alvéolos nos pulmões abertos.

Tubo endotraqueal
Este é um tubo que vai da boca ou nariz até a traquéia do bebê. Ele é fixado com fitas adesivas e acoplado ao respirador. Isto permite a máquina liberar ar diretamente nos pulmões do bebê. Por ele também podemos administrar uma medicação que ajuda o amadurecimento do pulmão que chamamos de surfactante.

Respirador ou ventilador
Isto é uma máquina que ajuda seu bebê a respirar. Alguns respiradores ajustam os seus ciclos com as próprias respirações do bebê (ventilação sincronizada) ou fornecem respirações como o bebê deveria estar fazendo. Outros, chamados de ventiladores de alta freqüência, mantém os pulmões abertos com pressão constante e então dão centenas de entradas de ar ou oxigênio a cada minuto.

Bombas de infusão
São bombas que ajudam na infusão de líquidos para a veia do bebê. Elas são necessárias principalmente quando usamos volumes muito pequenos. Flashes de máquinas fotográficas podem acelerar as bombas. Avise alguém da equipe quando for utilizá-los. O funcionamento das bombas também pode ser alterado com o uso de telefones celulares e laptops ou palmtops. Evite usá-los perto dos bebês.

Incubadora e berço de calor radiante
O bebê em geral necessita de algum tipo de aquecimento. O mais usado é a incubadora. A temperatura dentro dela é escolhida de acordo com a idade gestacional, peso do bebê e idade em dias de vida. O berço de calor radiante é usado quando o bebe é admitido na UTI, e quando necessita de algum tipo de manuseio que não pode ser feito na incubadora.

Fototerapia
São aparelhos que emitem luz com alta intensidade e são usados para o tratamento de icterícia. Os olhos dos bebês ficarão cobertos com máscaras escuras enquanto o seu uso for necessário.

Os profissionais das UTIs neonatais

Quem cuida do seu bebê enquanto ele está internado?

QUEM SÃO TODAS ESTAS PESSOAS? Muitos profissionais trabalham juntos para cuidarem dos bebês prematuros. Em uma UTI o trabalho é sempre realizado em equipe, e o sucesso depende da perfeita coordenação entre as pessoas. A presença dos pais também é muito importante e contribui muito para a melhora, e para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Em geral as pessoas que cuidam do seu bebê sâo:

Neonatologista: Um pediatra com treinamento específico para cuidados intensivos neonatais.
Residente: Pediatra apto a atender recém-nascidos, se especializando em cuidados intensivos neonatais.
Enfermeiro: Profissional de nível superior treinado em cuidados intensivos neonatais.
Técnico de enfermagem: Profissional de nível médio treinado em cuidados intensivos neonatais. Fisioterapeuta: profissional com treinamento específico no cuidado e manejo de vias aéreas, uso de oxigênio, equipamentos respiratórios, posicionamento e tônus muscular do recém-nascido.
Fonoaudióloga: Profissional treinada no desenvolvimento de recém-nascidos e problemas alimentares e motores orais.
Neurologista para avaliação auditiva: Uma pessoa especializada em realizar exames capazes de detectar perdas auditivas precoces.
Outros: pessoas que cuidam da limpeza da unidade, fazem radiografias, realizam manutenção dos aparelhos etc.

Seu bebê provavelmente tem um ou dois médicos e uma ou duas enfermeiras que são responsáveis pelos seus cuidados.
Se seu bebê tem um problema particular, outro médico especialista pode ser chamado. Especialistas comuns e suas áreas de atuação incluem:

CARDIOLOGISTA: problemas no coração.
NEFROLOGISTA:problemas renais (urina).
GASTROENTEROLOGISTA:problemas intestinais e nutricionais.
ENDOCRINOLOGISTA:problemas hormonais e glandulares.
HEMATOLOGISTA:problemas sanguíneos.
OFTALMOLOGISTA: problemas oculares.

Se seu bebê tem um problema cirúrgico, ele pode precisar de um cirurgião e um anestesista.

A UTI NEONATAL

Em resumo:
UTI neonatal é um espaço reservado para tratamento de prematuros e de bebês que apresentem algum tipo de problema ao nascer.

Geralmente ela deve se localizar em uma maternidade que seja capaz de atender gestações de risco, onde uma equipe apropriada poderá estar apoiando o seu pediatra no atendimento a seu bebê. Em geral este local possui uma estrutura física diferente de outras UTI de crianças maiores e de adultos, bem como possui uma metodologia e filosofia de atendimento diferenciadas. O tipo de problemas que os bebes apresentam ao nascer e no primeiro mês de vida são diferentes das outras faixas etárias e por isto sua abordagem exigirá uma metodologia adequada. Nem sempre os bebes internados nas UTI neonatais estão doentes. Algumas vezes eles estão apenas crescendo e se tornando aptos para respirar, sugar e deglutir. Este fato necessita de um amadurecimento que só acontece por volta das 34-35 semanas de idade gestacional. Ë claro que estes bebes são extremamente vulneráveis, mas ao receber alta ele será capaz de realizar todas estas funções sem estresse, na maioria das vezes. Você vai encontrar uma série de pessoas envolvidas no cuidado do seu bebe. Não é possível um trabalho de uma única pessoa junto a um bebe. Uma equipe multiprofissional vai estar sempre envolvida para fornecer o melhor cuidado possível a ele. Esta equipe vai estar usando uma série de equipamentos que vão ser importantes para o recém-nascido e vai estar inserida em um ambiente adequado.

A história do surgimento da Neonatologia é relatada por AVERY (1984) em seu livro "Neonatologia, Fisiologia e Tratamento do Recém-Nascido". Segundo este autor, a Neonatologia, como especialidade, surgiu na França. Um obstetra, Dr. Pierre Budin, resolveu estender suas preocupações além da sala de parto e criou o Ambulatório de Puericultura no Hospital Charité de Paris, em 1882. Posteriormente, chefiou um Departamento Especial para Debilitados estabelecido na Maternidade por Madame Hery, antiga parteira chefe. Em 1914, foi criado por um pediatra, Dr. Julius Hess, o primeiro centro de recém-nascidos prematuros no Hospital Michel Reese, em Chicago. Depois disso, foram criados vários outros centros, que seguiram os princípios do obstetra, Dr. Budin e do pediatra, Dr. Hess, para a segregação dos recém-nascidos prematuros com a finalidade de lhes assegurar enfermeiras treinadas, dispositivos próprios, incluindo incubadoras e procedimentos rigorosos para a prevenção de infecções.
Um centro criado em 1947, na Universidade do Colorado, além dos cuidados prestados aos prematuros, possuía leitos para mães com gravidez de risco para parto prematuro e programas de treinamento para médicos e enfermeiros para serem ministrados em todo o Colorado.
Arvo Ylppo, pediatra finlandês, publicou monografia sobre patologia, fisiologia, clínica, crescimento e prognóstico de recém-nascidos, relatos que serviram como ponto inicial para pediatras clínicos, professores e investigadores. Em 1924, o pediatra Albert Peiper, interessou-se pela maturação neurológica de prematuros. Silverman foi pioneiro em estabelecer o uso de processos cuidadosamente controlados em berçário de prematuros. O interesse da Dra. Dunhan sobre problemas clínicos dos recém-nascidos levou-a a enfatizar a importância do controle contínuo dos dados federais sobre a mortalidade de recém-nascidos. Isto serviu de base para a política federal, aumento do interesse nos serviços de cuidados materno-infantis assim como nas pesquisas peri e neonatais (AVERY et al., 1984).
Ainda segundo AVERY (1984), o termo Neonatologia foi estabelecido por Alexander Schaffer cujo livro sobre o assunto, "Diaseases of the Newborn", foi publicado primeira vez em 1960. Este livro junto com o "Physiology of the Newborn Infant", de Clement Smint, constituem a base do novo campo (AVERY et al., 1984).

INSTALAÇÃO
Na instalação de uma unidade de atendimento ao RN e gestante tem-se seguindo o modelo de 'Sistema de Regionais Integrado e Hierarquizado'. Este modelo tem implícito a assistência integral à gestante e ao RN, sendo que a atenção é efetuada dentro do nível hierárquico em que o caso for indicado. No caso de maternidades, o sistema prevê três níveis com um adequado sistema de referência e contra-referência entre eles, a saber:

• PRIMÁRIO: será feito o acompanhamento de gestante e RN de baixo risco, identificando e encaminhado os casos de maior risco para os próximos níveis de assistência mais complexa.
• SECUNDÁRIO: acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco, selecionando e encaminhado casos de maior risco para os Centros mais habilitados para o seu atendimento
• TERCIÁRIO: destinado ao atendimentos de gestante e RN de alto risco e de internação de RN com algumas patologias, transportados de outras unidades para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN).
A UTIN deve ser localizada dentro de uma estrutura hospitalar que disponha de recursos para o diagnóstico e tratamento de qualquer tipo de patologia neonatal, incluindo os procedimentos especializados (cateterismo umbilical e cardíaco, cirurgia neonatal, assistência ventilatória, monitorização de dados vitais, etc.), próxima do centro cirúrgico e sala de parto.
A UTIN precisa ser bem planejada, para evitar falta ou leitos ociosos e para isto é preciso considerar alguns fatores importantes, como:

• Localização geográfica;
• População assistida;
• Taxa de crescimento populacional;
• Recursos disponíveis (físicos e humanos);
• Índice de prematuridade;
• Número de admissão potencial de uma UTIN;
• Ocupação média de um leito.
A UTIN pode ser dividida nas seguintes áreas:

• Sala de Admissão do RN (primeiros atendimentos): local aonde ocorre a recepção do RN de partos não contaminados e aonde permanecerão em observação nas primeiras quatro horas de vida. Cada sala deve ter, no máximo, seis leitos, com área mínima de 2,50m2 por berço.
• Sala para RN em Observação (opcional): destinada aos RN com mais de 4 horas de nascimento que, embora não patológicos, estejam por algum motivo impedidos de fazerem uso do alojamento conjunto. Cada sala deverá contar com, no máximo, quatro leitos, com área mínima de 2m2 por berço e distância de 60cm, no mínimo, por leito.
• Sala de Cuidados Intermediários: indicada para RN que precisarão de tratamento simples por problemas não infecciosos, ou para RN que sairam da fase aguda da doença mas necessitam de cuidados específicos de enfermagem. Cada sala deve ter, no máximo, seis leitos, com área de 2 a 2,5m2 por berço e espaço de 60 cm entre os berços.
• Sala de Cuidados Especiais (incluindo Unidade de Tratamento Intensivo): destinado a RN de alto risco que necessitem de recursos físicos e humanos especializados para prestação de cuidados médicos hospitalares constantes. Cada sala deve ter, no mínimo, quatro leitos, respeitando área mínima de 2,5m2 à 5m2, com espaço mínimo de 80cm entre berços.
• Isolamento : destinados aos RN com diagnóstico confirmado de de processo infeccioso, conforme as normas da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). Cada sala deve conter seis leitos, no máximo, área mínima de 2,5m2 por berço e distância mínima de 80cm. Deve ser considerada a proporção de berços para o total de RN, sendo adequado um berço de isolamento para cada 20 RN (5% do total de leitos).


A UTIN deve contar ainda, para o seu funcionamento, com:

• Posto de Enfermagem
• Sala de Serviço
• Rouparia
• Sala de Amamentação
• Área de Apoio:
• Depósito de Armazenamento de Material;
• Depósito de Armazenamento de Medicamento;
• Depósito para Equipamento;
• Sala de Ordenha/amamentação;
• Central de Enfermagem;
• Chefia de Enfermagem;
• Expurgo;
• Consultório/escritório médico;
• Repouso Médico.
• Serviço de Apoio:
• Laboratório próprio, equipado no mínimo com:

 Microcentrífuga;
 Bilirrubinômetro;
 Refratômetro;
 Aparelho de gasometria;
 Kit para glicemia;
 Kit para colheita de bacteriologia;
 Aparelho para dosagem de eletrólitos;
 Diagnóstico por imagem (raio-X, ultrassonografia e ecografia);
 Hemoterapia.


RECURSOS HUMANOS
A assistência a um RN exige vigilância constante de pessoal competente e bem treinado, dadas as características de emergência, freqüentemente oligossintomática, da patologia neonatal.
EQUIPE MÉDICA
- 1 MÉDICO CHEFE
- 1 MÉDICO PLANTONISTA/ 24H/ 100 NASCIMENTOS/ MÊS (deverá estar presente em todos os partos para realizar a assistência ao RN durante as 24h do dia.
-2 MÉDICOS DIARISTAS/100 NASCIMENTOS/ MÊS
EQUIPE DE ENFERMAGEM
A Equipe de Enfermagem da Unidade de Neonatologia deverá permanecer sob a supervisão constante de uma enfermeira com treinamento específico em neonatologia. Todo o pessoal auxiliar deve ser submetido a treinamento prévio e mantido em atualização constante e fixo no setor.
CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS

 A equipe de enfermagem deverá contar com, no mínimo, um elemento para cada quatro RN por plantão.


CUIDADOS ESPECIAIS
 A equipe de enfermagem deverá contar com um elemento para cada um ou dois RN, no máximo, por plantão.


OUTROS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DA UNIDADE NEONATAL

 Assistente Social;
 Fonoaudiológo;
 Nutricionista;
 Psicólogo;
 Fisioterapeuta e outros.

INDICAÇÃO PARA A UTIN

 Baixo peso, <1500g, grandes ou pequenos para idade gestacional;
 Pré-termo;
 Filho de mãe diabética;
 Malformação;
 Suspeita de infecção congênita;
 Icterícia não-fisiológica;
 Pós-maturidade;
 Asfixia perinatal;
 Duração do parto ativo: PRIMÍPARA: +24h, MULTÍPARA: + de 12h, Segundo Estágio: + de 2h;
 Anomalias congênitas importantes;
 Anemia Aguda;
 Síndrome Hemorrágicas;
 Convulsões;
 Pré e pós-operatório;
 Prolapso de Cordão Umbilical;
 Sofrimento fetal crônico, subagudo, ou agudo;
 Placenta prévia ou descolamento de placenta;
 Parto difícil ou tocotraumatismo;
 Gravidez múltipla;
 Parto cesárea (observação);
 Parto pélvico (observação);
 Oligo e polidrâmio;
 Membrana Hialina ou outra dificuldade respiratória;
 Sespis;
 Doença hemolítica;
 Cardiopatia congênita;
 RN sintomático.

SALA DE ISOLAMENTO

Os RN são isolados conforme as medidas de precaução:

TRANSMISSÃO AÉREA:

 Varicela, herpes zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido.
 Sarampo.

TRANSMISSÃO POR GOTÍCULA:

 Doença invasiva por menigococo.

TRANSMISSÃO POR CONTATO:

 Herpes simples;
 Rubéola congênita;
 Colonizado por microrganismo multirrresistente;
 Processos infecciosos transferidos de outros setores.

PRECAUÇÕES PADRÃO

 Desacompanhado da mãe (isolamento para nascidos fora do hospital);
 Outras situações.

RECURSOS MATERIAIS
Todas as salas deverão ter número suficiente de pontos de vácuo, de oxigênio e de instalações elétricas.
SALA DE ADMISSÃO
Deverá ter
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Berço aquecido (um para cada 35 nascimentos/mês);
 Fonte de oxigênio canalizado (um para cada berço);
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços)
 Armário com roupas limpas;
 Antropômetro e uma balança (de preferência, eletrônica);


SALA DE OBSERVAÇÃO

 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Berço, de preferência de acrílico, que permita mudanças de eixo horizontal (1 para cada 40 nascimentos/mês);
 Aparelho de fototerapia (1 para cada 3 berços);

SALA DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS

 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Dispositivo de toalha de papel;
 Recipiente para toalhas usadas;
 Armário de roupas limpas;
 Hampers;
 Berço individuais, de preferência de acrílico;
 Fonte de oxigênio canalizado (um para dois berços);
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços);
 Tomadas elétricas com terragem (um para cada berço);
 Uma balança para cada 10 RN (de preferência eletrônica);




 Aparelho de fototerapia (1 para cada 2 berços);
 Otoscópio, oftalmoscópio, martelo de pesquisa de reflexo;
 Medidor de pressão não-invasivo (1 para cada 3 berços);
 Material para reanimação do RN de tamanho adequado;
 Material para cauterização umbilical;
 Berço aquecido (um para cada 120 nascimentos/mês);
 Oxímetro, um para cada incubadora;
 Nebulizadores e umidificadores;
 Capacetes, um para dois RN;
 Incubadoras, uma para cada 120 nascimentos/mês;

SALA DE CUIDADOS ESPECIAIS (UTI E SEMI - INTENSIVO)
Deverá ter:
 Instalações elétricas: 10 a 20 tomadas elétricas aterradas e ligadas aos circuitos de emergência do gerador;
 Dois a quatro pontos de oxigênio por leito;
 Dois pontos de ar comprimido por leito;
 Dois a três pontos de vácuo por leito;
 Iluminação suplementar através de aparelho de braço articulado;
 Temperatura mantida entre 27 a 280C;
 Umidade relativa do ar em 50%;
 Piso sem fresta e lavável;
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos;
 Teto rebaixado para facilitar a limpeza;
 Portas e esquadrias pintadas com tinta lavável;
 Itens de segurança anti-incêndio e saída de emergência;
 Um monitor de freqüência cardíaca por leito;
 Um monitor de apnéia por leito;
 Um respirador por leito;
 Capacetes, um por leito;
 Oxímetro, um para cada incubadora;
 Nebulizadores e umidificadores, um por leito;
 Um medidor de pressão não-invasivo, um por leito;
 Material para reanimação do RN de tamanho adequado;
 Um bomba de infusão por leito;
 Aparelho de fototerapia, 1 por leito;
 Um aparelho portátil de RX, um de ultrassonografia com transdutor neonatal;
 Material descartável;
 Um saturímetro por leito;
 Incubadora de parede dupla, uma para cada 30 nascimentos/mês.

ISOLAMENTO

 Incubadora de parede dupla, 1% do número de nascimentos/mês;
 Aparelho de fototerapia, 0,5% dos nascimentos/mês;
 Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos e com pressão negativa;
 10% dos leitos de isolamento deverão ser leitos de cuidados intensivos. Os leitos intensivos, sempre que possível, deverão estar em box próprio, isolado dos demais.

CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UTI NEONATAL

O melhor meio de evitar infecção hospitalar dentro de uma UTI Neonatal e em todo hospital é a lavagem de mãos.

ENTRADA NA UNIDADE:

 Limitada aos profissionais do setor, médicos de outros setores, quando em interconsulta, fisioterapeutas, outros profissionais da equipe multidisciplinar, pais dos RN internados;
 Cuidados antes de entrar na unidade: ter unhas curtas; prender o cabelo, quando longo; retirar anéis, pulseiras, relógio, aliança. Após estes cuidados, realizar a lavagem das mãos.



LAVAGEM DE MÃOS - PARA QUE SERVE:

 Visa a remoção da flora transitória, camada de células descamativas, suor, oleosidade da pele e, quando associado a um anti-séptico, promove a diminuição da flora residente.

LAVAGEM DE MÃOS - QUANDO REALIZAR:

 Sempre que entrar ou sair da Unidade;
 Quando as mãos estiverem sujas;
 Antes e após o contato com o paciente;
 Após contato com secreções e fluidos corporais;
 Sempre que manipular materiais e equipamentos que estavam em contato com o paciente;
 No preparo de materiais e equipamentos;
 Na manipulação de medicamentos;
 Antes de procedimentos invasivos.

COMO LAVAR:

 Friccionar as mãos com água e sabão líquido ou solução anti-séptica degermante por aproximadamente 15 segundos pelas diferentes faces, espaços interdigitais, unhas;
 Proceder também a lavagem do antebraço;
 Enxaguar com água corrente;
 Enxugar com papel toalha;
 Em procedimentos cirúrgicos deve-se lavar as mãos com solução anti-séptica degermante durante 5 minutos enxugando-as com compressa estéril.
Observação: O uso de luvas não substitui a lavagem das mãos que deve realizada antes e após a retirada das mesmas.
A lavagem de mãos pode ser realizada com sabão comum ou feita a desinfecção com álcool glicerinado em procedimentos de baixo risco ou situações emergenciais, quando é necessário o uso de antisséptico e as mãos não apresentam sujidade.



ENFERMAGEM NA UTI NEONATAL
O trabalho da enfermeira dentro de uma UTIN é um desafio constante, pois requer vigilância, habilidade, respeito e sensibilidade, porque o paciente que vai ser atendido não fala, é extremamente vulnerável e altamente dependente da equipe que lhe está prestando assistência. Segundo Okikawa & Lund, o planejamento e a liberação de cuidados de enfermagem a neonatos gravemente enfermos, constitui um processo muito complexo e cuidadoso, e requer uma cuidadosa avaliação para determinar a eficácia tanto da terapia médica quanto da enfermagem (apud KLAUS & FANAROFF, 1994)
A enfermeira é responsável por promover a adaptação do RN ao meio externo (manutenção do equilíbrio térmico adequado, quantidade de umidade, luz, som e estimulo cutâneo), observar o quadro clínico (monitorização de sinais vitais e emprego de procedimentos de assistência especial), fornecer alimentação adequada para suprir as necessidades metabólicas dos sistemas orgânicos em desenvolvimento (se possível, aleitamento materno), realizar controle de infecção, estimular o RN, educar os pais, estimular visitas familiares, elaborar e manter um plano educacional, organizar, administrar e coordenar a assistência de enfermagem ao RN e a mãe, desenvolver atividades multidisciplinares, orientar o ensino e supervisionar os cuidados de enfermagem prestados, entre outras atividades (VIEGAS, 1986; FONTES 1984).
Em neonatologia é necessário a conscientização de que quanto mais cedo forem identificados os fatores de risco para o RN, melhores as condições para serem ajudados. Este é um dos papéis da enfermagem neonatal para promover segurança ao RN.
Além da assistência ao RN, caberá enfermagem o controle do uso e conservação dos materiais e instrumental, registro de todas as ocorrências importantes referentes ao RN, bem como ao pessoal, as mudanças de procedimento, entre outras coisas.
Um aspecto importante para assistência de enfermagem neonatal é a criação de um ambiente propício para o tratamento do RN, livre de estímulos nocivos, que promova o desenvolvimento positivo do RN e minimize os efeitos negativos da doença e da separação dos pais.


O papel da enfermagem envolve o relacionamento com os familiares do RN. No período neonatal estaria fortalecendo-se o vínculo afetivo entre mãe e filho, mas quando a criança precisa ser encaminhada para uma UTIN, logo após o parto, esta ligação fica prejudicada. A enfermeira deve ajudar os pais a começarem a estabelecer o vínculo com seu filho durante a internação na UTIN. É necessário explicar os procedimentos realizados, o tratamento e reforçar continuamente as informações passadas pelo médico do RN em relação à sua condição e prognóstico. A enfermeira constitui, portanto, a fonte de apoio para os pais.
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LINKS INTERESSANTES
A NECESSIDADE DE UM TRABALHO PREVENTIVO EM MATERNIDADE: INSTRUÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO DO RECÉM-NASCIDO
ALTA HOSPITALAR DA CRIANÇA: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM

CSMC: Neonatoly on Web / TIPE /
PROCURE MAIS SOBRE O ASSUNTO
CADÊ? / YAHOO! / ALTAVISTA / LYCOS /
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BIBLIOGRAFIA
AVERY, G.B. Neonatologia, Fisiologia e Tratamento do Recém-Nascido. 2 ed., Rio de Janeiro: Medsi, 1984, 1035 p.
CALIL, R.; VEIGA, J.F.F. Controle de Infecção em Neonatologia , texto ainda não publicado.
DINIZ, E.M.A. et al. Manual de Neonatologia. São Paulo: Sociedade de Pediatria de São Paulo, Physi Revinter, 1994, 342 p.
FONTES, J.A.S. Perinatologia Social. São Paulo: Fundo Editorial BYK, Proceinx, 1984, 892 p.
MIURA, E. Neonatologia: Princípio e Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991
ALBANO, N; MIRANDA, L.E.V. Organizão da Unidade de Tratamento Intensivo. In VIEGAS, D.; MORAIS, R.V.; Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986,p 367-70.
VEIGAS, D.; GRAJWER, L.A.; GRINFELD, H.; SILVA, L.L.A. A Assistência ao Recém Nascido de Alto Risco. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986, p. 351-65.
GRAJWER, L.A. Necessidades Básicas de Equipamentos em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo: Ateneu, 1986, p. 371-77.